O senador capixaba Fabiano Contarato (Rede) entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com um pedido de impeachment do ministro de Meio Ambiente do Governo Bolsonaro, Ricardo Salles. O parlamentar acusa o ministro de “perseguir agentes públicos” e afirma que ele cometeu crime de improbidade administrativa nas decisões do seu cargo.
Uma das supostas ações do ministro foi uma ameaça feita, quando Salles afirmou que iria investigar agentes públicos. Após essa declaração, o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Adalberto Eberhard, pediu demissão do seu cargo.
No documento de pedido de impeachment, que possui 34 páginas, o senador disse que o ministro não puniu os responsáveis por autorizar a exploração na área de proteção de Abrolhos, no Sul da Bahia, além de infringir a Constituição quando alterou a governança do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que discute as políticas ambientais do Brasil. Outros dois parlamentares da Rede Sustentabilidade, o senador Randolfe Rodrigues (PE) e deputada federal Joênia Wapichana (RR), acompanharam Contarato e assinaram o documento.
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Durante uma coletiva de imprensa realizada após Contarato ir ao STF, o capixaba acusou o ministro de “desmonte na área ambiental” e disse que suas ações resultaram no aumento de incêndios e do desmatamento. “Ele acabou com a Secretaria de Mudanças Climáticas e pois fim no plano de combate ao desmatamento. Juntando essas duas, o resultado é o aumento do desmatamento, o aumento dos incêndios e do desmonte que está aí”, afirmou.
Ao TEMPO NOVO, Contarato já tinha feito duras críticas ao ministro e ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). Ele disse que há um “desmantelamento” das políticas ambientais em curso, e listou ações que segundo ele, vão à contra mão da demanda ambiental no Brasil. Vale destacar que o senador e o ministro já protagonizaram um embate durante sessão no Senado Federal. Contarato é presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado (CMA).