Durante o debate sobre o Fundo da Amazônia no Senado, o clima esquentou entre o capixaba Fabiano Contarato (Rede) e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O Senador disse que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) promove um desmonte na área do meio ambiente e alertou para a reações negativas por parte de outros países que fazem comércio com o Brasil.
Contarato argumentou que o meio ambiente “transcende o estado brasileiro” e não é uma questão de “soberania nacional” e sim um “assunto planetário”. Ele também pontuou e criticou ações do governo nestes primeiros meses, especialmente a demissão do presidente do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) após divulgação de dados alarmantes de desmatamento no Governo de Bolsonaro.
“Ele (Bolsonaro) acabou com as indicações de especialistas ambientais em cargos de direção no Ibama e no ICMBio, nomeando militares sem preparo; transferiu a Agência Nacional de Água (ANA) para o Ministério do Desenvolvimento Regional; pôs fim da Secretária de Mudanças Climáticas; fim do setor de Educação Ambiental; fim do Plano de Combate ao Desmatamento; transferiu o Serviço Florestal brasileiro para o Ministério do Agricultura; liberou 299 agrotóxicos, muitos deles banidos na Europa”, disse o senador capixaba, citando ainda que os povos indígenas estariam sofrendo com” violação de seus direitos”.
Ele salientou que a comunidade global está “preocupada” e que a imagem do Brasil “está sendo deteriorada”. Contarato argumentou que o descaso com o meio ambiente pode redundar em perdas econômica Ele citou o posicionamento dos chineses (maiores parceiro do agronegócio brasileiro) que sinalizaram negativamente para as polícias ambientais de Bolsonaro. Ele cobrou mudanças nas políticas ambientais e transparência nos dados oficiais sobre o tema.
Defendendo-se das acusações, Ricardo Salles disse que “desmatamento ilegal, garimpo ilegal e exploração dos índios, são verdadeiras, no entanto não começaram em janeiro de 2019”. O ministro atacou os governos passados e apontou ineficiência: “política de faz de conta”. Ele ainda disse que este “tipo de discurso” – feito por Contarato, “se presta a muitos interesses” inclusive de organizações internacionais. “Quanto mais alarmismo mais essas organizações recebem dinheiro”.
Ricardo Salles disse que nos Governo do PT também houver questionamentos sobre dados do Inpe citou sucateamento do Ministério de Meio Ambiente e classificou a declaração do senador como “sensacionalismo”. Ele disse ainda que o Brasil “dá exemplo” no que tange a preservação do meio ambiente. “Não somos essa patinho feito que interesses comerciais e campanhas midiáticas tem colocado”.