Bruno Lyra
A construção do Contorno do Mestre Álvaro (BR 101) vai afetar os terrenos alagados e alagáveis de solo de turfa nas baixadas do entorno da mais famosa montanha serrana. Mas não poderá acabar com os brejos remanescentes após a implantação da via. E terá que pagar R$ 1,4 milhão para preservação ambiental na Serra e Cariacica.
A determinação é do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), responsável pela licença da obra, que por sua vez também está a cargo do Estado, mas com dinheiro da União. A ordem de serviço para início da terraplanagem foi assinada na última segunda (01).
Entre as condicionantes impostas pelo Iema, diz a assessoria de imprensa do órgão, está à revitalização de matas ciliares de córregos e canais que cortam a baixada. Além disso, estão previstos 40 passagens para animais silvestres, uma por cima outras por baixo da pista. A pista cortará o corredor ecológico que liga as reservas Duas Bocas em Cariacica e Mestre Álvaro na Serra.
Outra condicionante é o pagamento de compensação ambiental, R$ 1,4 milhão, a ser investido no Mestre Álvaro (R$ 617 mil) e Vilante (R$ 200 mil), além de outros R$ 617 mil para Duas Bocas. Só que esta última reserva está em Cariacica, numa distância maior da nova pista.
Contorno com seus de 18km de comprimento entre a região do Jacuhy e Belvedere, e seus cerca de 60 metros de largura considerando pistas e faixa de servidão, deve gerar o desmate de 30 hectares de vegetação. O Estado terá que reflorestar o dobro como compensação, mas só referente ao desmate em área de vegetação nativa.