Clarice Poltronieri
Com as chuvas dos últimos dias, a rodovia do Contorno de Vitória, que já estava em situação caótica, tornou-se ainda mais perigosa para motoristas que fazem o percurso de 25 km entre o trevo da Ceasa em Cariacica e Carapina na Serra. Isso porque aumentaram os buracos na via e o serviço de reparo, quando é feito, não resolve.
A moradora de Jacaraípe Ivanete Fernandes Lanes passa de segunda a sexta-feira há dois anos pelo local e garante que a situação só piora. “Com as últimas chuvas a situação está horrível, uma buraqueira danada e muito risco de acidente. Ontem mesmo eles estavam fazendo um tapa-buraco, mas é um serviço muito mal feito, dias depois o buraco já reabre. Em frente ao Alphaville, na Serra, é o pior trecho, nos dois sentidos da via”, aponta.
E o jogo de empurra sobre de quem é a responsabilidade da manutenção da via continua. Questionada se o trecho já havia sido passado à concessionária Eco 101, a assessoria de imprensa da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foi lacônica: disse apenas que a concessionária ‘retomou os serviços’, sem explicar o que seria isto.
Já assessoria de imprensa concessionária afirma que o Contorno ainda está em fase de transferência da responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para a Eco. Diz também que realiza apenas serviços básicos de manutenção para garantir as condições mínimas de segurança do tráfego.
A justificativa de que não pode melhorar a pista no Contorno porque legalmente não tem a concessão do trecho vem sendo usada pela Eco 101 pelo menos desde 2015. A reportagem entrou em contato com o DNIT, mas não teve resposta até o fechamento desta edição.
Radares e câmeras da Eco vão ajudar polícia a multar
Enquanto trecho do Contorno só piora, mais radares serão instalados na BR 101. Os 46 radares já existentes que estão desligados há três meses após o DNIT repassá-los para a gestão da Eco, serão reativados.
E outros 20 radares serão instalados também pela Eco, estes últimos por decisão da Justiça Federal. A concessionária já devia ter instalado esses equipamentos em 2014 e agora tem prazo de 150 dias para fazê-lo conforme a decisão judicial. A previsão é que todos os 66 radares estejam em operando até o final de fevereiro. As multas por excesso de velocidade variam de R$ 85 a R$ 574.
Além da instalação, a Eco ficará responsável pela manutenção dos radares. Fora esses equipamentos, a Eco assinou convênio com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para que as 312 câmeras da empresa (289 delas instaladas nas praças de pedágio) possa enviar à corporação imagens de motoristas infratores.
Motoristas e passageiros sem cinto, uso de celular ao volante, tráfego no acostamento, ultrapassagens indevidas estão entre as infrações que poderão ser flagradas pelas câmeras.