Especial: pandemia de coronavírus

Casagrande diz que Serra pode voltar para risco alto e comércio terá restrições

Casagrande afirmou que a Serra poderá voltar para risco alto.
Foto: Isac Nóbrega

A pandemia causada pelo coronavírus voltou a crescer em todo o Brasil, inclusive no Espírito Santo. E na Serra, não é diferente: a cidade vem registrando altos números diários de moradores infectados pela doença. Por conta disso, o governador Renato Casagrande (PSB), afirmou que o município, assim como outros da Grande Vitória, pode voltar para risco alto de contaminação da Covid-19 nos próximos dias. Caso isso se concretize, o comércio será o principal afetado, já que terá restrições para seu funcionamento.

Atualmente, de acordo com o mapa de risco vigente para transmissão do coronavírus, a Serra está classificada como risco moderado. Nessa posição, a cidade sofre restrições apenas para bares e restaurantes, que precisam fechar mais cedo, além de limitação de pessoas para eventos corporativos. Em todo o Estado, seis municípios já estão em risco alto, 48 em risco moderado e 24 em risco baixo.

De acordo com Casagrande, essa situação pode mudar em breve. Sua afirmação foi dada numa entrevista concedida na manhã desta terça-feira (15). “A tendência é a Grande Vitória (incluindo a Serra) caminhar para o risco alto nos próximos dias pela quantidade de pessoas que estão perdendo a vida, pela quantidade de pessoas que estão contaminadas. Risco maior (significa) fechamento de comércio a partir de 16h no sábado, e no domingo não tem abertura”, enfatizou o governador em entrevista à rádio CBN.

Se a Serra voltar para risco alto, na cidade, o comércio terá que funcionar apenas de segunda a sexta-feira, em dias alternados, das 10h às 16h. Nos dias pares abrem lojas de produtos pessoais e, nos dias ímpares, as que vendem produtos de uso não-pessoal.

Além disso, os restaurantes só podem funcionar de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h. O funcionamento aos fins de semana fica proibido (com exceção da venda por delivery). Já as academias ficam restritas a atender apenas cinco usuários por hora.

O chefe do Executivo estadual também informou que manterá a fiscalização para garantir o funcionamento dos estabelecimentos comerciais conforme as regras impostas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Ele ainda disse que as pessoas precisam ter empatia e responsabilidade no cumprimento das medidas de distanciamento social e higiene.

“Nós não temos condição de fiscalizar todas as pessoas e todos os eventos: os clandestinos, todos os bares, todos os restaurantes. As pessoas precisam compreender que a gente caminha para que o Estado fique todo vermelho novamente, como já tivemos no auge da crise”, disse.

Apelo sobre o verão

Praias estão ficando lotadas durante os fins de semana. Foto: Divulgação

Por fim, Casagrande lembrou que o verão começa neste mês (21 de dezembro) e as pessoas precisam ter ainda mais cuidado durante esse período. Ele avaliou que os índices de transmissão atestam falta de empatia e irresponsabilidade de determinados grupos.

“Se a gente não tomar cuidado, o verão, que é uma estação alegre, onde as pessoas se confraternizam, poderá ser um verão de muita tristeza para muitas famílias capixabas. Faço esse apelo às pessoas para que a gente tenha um certo controle sobre a doença porque a pressão sobre o sistema de saúde já está aumentando demais, a demanda de leitos de UTI é muito alta e a gente pode perder muitas pessoas nos próximos dias”, disse.

Segundo os dados mais recentes publicados no Painel Covid-19, a Serra já registra, no total, 27.338 pessoas que foram infectadas, 614 mortes e 26.181 moradores considerados curados da doença. Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde, existem outros 33.414 moradores do município que podem estar infectados pelo coronavírus. No momento, eles aguardam o resultado dos testes já realizados.

O que é o Mapa de Risco?

A Matriz de Risco de Convivência considera no eixo de ameaça: o coeficiente de casos ativos por município dos últimos 28 dias, além da quantidade de testes realizados por grupo de mil habitantes e a média móvel de óbitos dos últimos 14 dias. Já o eixo de vulnerabilidade considera a taxa de ocupação de leitos potenciais de UTI exclusivos para tratamento da Covid-19, isto é, a disponibilidade máxima de leitos para tratamento da doença. A estratégia de mapeamento de risco teve início no dia 20 de abril.

O Mapa de Risco segue as orientações dos boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde e recomendações da equipe de especialistas do Centro de Comando e Controle (CCC) Covid-19 no Espírito Santo, que é composto pelo Corpo de Bombeiros Militar, Defesa Civil, Secretaria da Saúde (Sesa), Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). As decisões adotadas pelo Governo do Estado seguem parâmetros técnicos.

Confira a classificação atual de todos os municípios capixabas:

RISCO ALTO: Anchieta, Domingos Martins, Ecoporanga, Ibiraçu, Mantenópolis e Marilândia.

RISCO MODERADO: Afonso Cláudio, Água Doce do Norte, Águia Branca, Alegre, Alfredo Chaves, Alto Rio Novo, Aracruz, Atílio Vivácqua, Baixo Guandu, Barra de São Francisco, Bom Jesus do Norte, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Colatina, Conceição da Barra, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Governador Lindenberg, Guaçuí, Guarapari, Ibatiba, Ibitirama, Iconha, Irupi, Itaguaçu, Itarana, Iúna, Linhares, Mimoso do Sul, Mucurici, Muniz Freire, Muqui, Nova Venécia, Pancas, Piúma, Rio Bananal, Santa Teresa, São Domingos do Norte, São Mateus, São Roque do Canaã, Serra, Vargem Alta, Venda Nova do Imigrante, Viana, Vila Valério, Vila Velha e Vitória.

RISCO BAIXO: Apiacá, Boa Esperança, Brejetuba, Conceição do Castelo, Fundão, Itapemirim, Jaguaré, Jerônimo Monteiro, João Neiva, Laranja da Terra, Marataízes, Marechal Floriano, Montanha, Pedro Canário, Pinheiros, Ponto Belo, Presidente Kennedy, Rio Novo do Sul, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, São Gabriel da Palha, São José do Calçado, Sooretama e Vila Pavão.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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