Especial: pandemia de coronavírus

Serra deve iniciar vacinação de pessoas acima de 18 anos com comorbidades nesta semana

Cidade segue com campanha de vacinação a todo vapor. Foto: Divulgação | Prefeitura da Serra

O Espírito Santo iniciou, na manhã desta segunda-feira (3), a vacinação de pessoas com comorbidades, deficiência permanente, gestantes e puérperas em mais uma etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19. Na Serra, ainda não há uma previsão exata para o início desta nova fase de imunização. Entretanto, isso pode ocorrer ainda nesta semana. O Município depende da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que ainda precisa enviar novas doses.

O Ministério da Saúde afirma que cerca de 600 mil capixabas devem ser imunizados nesta etapa, sendo 401.670 pessoas com comorbidades; 148.611 pessoas com deficiência permanente e 47.965 gestantes e puérperas. Sobre a Serra, ainda não foi divulgado o número exato de pessoas que serão contempladas.

O TEMPO NOVO questionou o Município sobre a possibilidade de a vacinação começar ainda nesta semana. De acordo com a prefeitura, há probabilidade de isso ocorrer, mas nada está definido. Assim que vagas forem abertas, mais informações serão divulgados. O agendamento ocorrerá de forma on-line, através do site da prefeitura.

Para iniciar a vacinação deste novo grupo prioritário, o Estado recebeu, nesta segunda-feira, mais de 135 mil doses da Covishield (Oxford/Fiocruz). As vacinas também serão usadas para profissionais de saúde que aguardam a segunda dose e população quilombola.

O Estado informou que as doses foram encaminhadas à Central Estadual de Rede de Frio da Secretaria da Saúde (Sesa) para cadastramento. A distribuição teve início na tarde desta segunda-feira (03) para os municípios da Região Metropolitana – o que inclui a Serra – e para as regionais de saúde norte, sul e Central.

Mesmo sem previsão para início, a reportagem decidiu explicar ao morador da Serra quais pessoas poderão ser imunizadas. Veja abaixo:

Pactuado entre Estado e municípios por meio da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), o Espírito Santo seguirá as definições para a vacinação de pessoas com comorbidades, deficiência permanente, gestantes e puérperas de acordo com a Resolução CIB nº 048/2021. Com a estimativa de imunizar mais de meio milhão de capixabas nesta nova etapa, a vacinação ocorrerá em duas fases, seguindo os critérios de vacinação abaixo:

– Na Fase I, vacinar proporcionalmente, de acordo com o quantitativo de doses disponibilizadas:

a) na faixa etária entre 18 e 59 anos de idade: pessoas com Síndrome de Down ou deficiência intelectual/mental (autismo, paralisia cerebral ou outras síndromes que desencadeiam a deficiência intelectual/mental); pessoas com doença renal crônica em terapia de substituição renal (diálise); pessoas com fibrose cística; gestantes e puérperas com comorbidades pré-determinadas no Plano Nacional (PNO); e pessoas com obesidade mórbida (índice de massa corpórea – IMC ≥40);

b) na faixa etária entre 55 e 59 anos de idade: pessoas com Deficiência Permanente cadastradas no Programa de Benefício de Prestação Continuada (BPC).

– Na Fase II, vacinar proporcionalmente, de acordo com o quantitativo de doses disponibilizado:

– Pessoas com comorbidades pré-determinadas no PNO; gestantes e puérperas independentemente de condições pré-existentes; pessoas com Deficiência Permanente cadastradas no Programa de Benefício de Prestação Continuada (BPC). Nesta fase, a imunização será realizada também segundo as faixas de idade de 50 a 59 anos; 40 a 49 anos; 30 a 39 anos; e 18 a 29 anos.

Ainda segundo a Resolução CIB nº 048/2021, como comprovação para a vacinação, a pessoa deverá apresentar um dos seguintes documentos: laudo médico, prescrição médica ou declaração do enfermeiro do serviço de saúde onde o usuário faz tratamento, além do documento de identificação com foto. O cidadão deverá levar duas cópias do documento comprobatório, uma vez que os serviços de vacinação deverão reter a cópia.

Quanto a data do documento comprobatório, deverá ser de 2018 em diante, ou seja, dos últimos três anos, para condições permanentes e 90 dias para condições adquiridas e transitórias.

Comorbidades definidas pelo Plano Nacional de Vacinação:

Abaixo, a descrição das comorbidades incluídas como prioritárias para vacinação contra a Covid-19 no Plano Nacional de Operacionalização (PNO) da Vacinação:

GRUPO DE COMORBIDADES

DESCRIÇÃO

Diabetes mellitus Qualquer indivíduo com diabetes
Pneumopatias crônicas graves

 

Indivíduos com pneumopatias graves incluindo doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, fibroses pulmonares, pneumoconioses, displasia broncopulmonar e asma grave (uso recorrente de corticoides sistêmicos, internação prévia por crise asmática).
Hipertensão Arterial Resistente (HAR)

 

HAR= quando a pressão arterial (PA) permanece acima das metas recomendadas com o uso de três ou mais anti-hipertensivos de diferentes classes, em doses máximas preconizadas e toleradas, administradas com frequência, dosagem apropriada e comprovada adesão ou PA controlada em uso de quatro ou mais fármacos antihipertensivos
Hipertensão arterial estágio 3 PA sistólica ≥180mmHg e/ou diastólica ≥110mmHg independente da presença de lesão em órgão-alvo (LOA) ou comorbidade
Hipertensão arterial estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade PA sistólica entre 140 e 179mmHg e/ou diastólica entre 90 e 109mmHg na presença de lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade
DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Insuficiência cardíaca (IC)

 

 

 

Cor-pulmonale e Hipertensão pulmonar

 

 

 

Cardiopatia hipertensiva

 

 

 

 

Síndromes coronarianas

 

 

 

Valvopatias

 

 

 

 

 

 

Miocardiopatias e Pericardiopatias

IC com fração de ejeção reduzida, intermediária ou preservada; em estágios B, C ou D, independente de classe funcional da New York Heart Association.

 

 

Cor-pulmonale crônico, hipertensão pulmonar primária ou secundária.

 

 

Cardiopatia hipertensiva (hipertrofia ventricular esquerda ou dilatação, sobrecarga atrial e ventricular, disfunção diastólica e/ou sistólica, lesões em outros órgãos-alvo).

 

 

Síndromes coronarianas crônicas (Angina Pectoris estável, cardiopatia isquêmica, pós Infarto Agudo do Miocárdio, outras).

 

 

Lesões valvares com repercussão hemodinâmica ou sintomática ou com comprometimento miocárdico (estenose ou insuficiência aórtica; estenose ou insuficiência mitral; estenose ou insuficiência pulmonar; estenose ou insuficiência tricúspide, e outras).

 

 

 

Miocardiopatias de quaisquer etiologias ou fenótipos; pericardite crônica; cardiopatia reumática.

Doenças da Aorta, dos Grandes Vasos e Fístulas arteriovenosas

 

 

Arritmias cardíacas

 

 

 

Cardiopatias congênitas no adulto

 

 

 

Próteses valvares e Dispositivos cardíacos implantados

 

Aneurismas, dissecções, hematomas da aorta e demais grandes vasos.

 

 

Arritmias cardíacas com importância clínica e/ou cardiopatia associada (fibrilação e flutter atriais; e outras).

 

 

Cardiopatias congênitas com repercussão hemodinâmica, crises hipoxêmicas; insuficiência cardíaca; arritmias; comprometimento miocárdico.

 

 

Portadores de próteses valvares biológicas ou mecânicas; e dispositivos cardíacos implantados (marca-passos, cardio desfibriladores, ressincronizadores, assistência circulatória de média e longa permanência).

Doença cerebrovascular Acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico; ataque isquêmico transitório; demência vascular.
Doença renal crônica Doença renal crônica estágio 3 ou mais (taxa de filtração glomerular < 60 ml/min/1,73 m2) e/ou síndrome nefrótica.
Imunossuprimidos Indivíduos transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; pessoas vivendo com HIV; doenças reumáticas imunomediadas sistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente > 10 mg/dia ou recebendo pulsoterapia com corticoide e/ou ciclofosfamida; demais indivíduos em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias; pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos 6 meses; neoplasias hematológicas.
Hemoglobinopatias graves Doença falciforme e talassemia maior
Obesidade mórbida Índice de massa corpórea (IMC) ≥ 40
Síndrome de down Trissomia do cromossomo 21
Cirrose hepática Cirrose hepática Child-Pugh A, B ou C

Fonte: CGPNI/DEVIT/SVS/MS. Com base nas revisões de literatura contidas nas referências deste documento.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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