O Espírito Santo iniciou, na manhã desta segunda-feira (3), a vacinação de pessoas com comorbidades, deficiência permanente, gestantes e puérperas em mais uma etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19. Na Serra, ainda não há uma previsão exata para o início desta nova fase de imunização. Entretanto, isso pode ocorrer ainda nesta semana. O Município depende da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que ainda precisa enviar novas doses.
O Ministério da Saúde afirma que cerca de 600 mil capixabas devem ser imunizados nesta etapa, sendo 401.670 pessoas com comorbidades; 148.611 pessoas com deficiência permanente e 47.965 gestantes e puérperas. Sobre a Serra, ainda não foi divulgado o número exato de pessoas que serão contempladas.
O TEMPO NOVO questionou o Município sobre a possibilidade de a vacinação começar ainda nesta semana. De acordo com a prefeitura, há probabilidade de isso ocorrer, mas nada está definido. Assim que vagas forem abertas, mais informações serão divulgados. O agendamento ocorrerá de forma on-line, através do site da prefeitura.
Para iniciar a vacinação deste novo grupo prioritário, o Estado recebeu, nesta segunda-feira, mais de 135 mil doses da Covishield (Oxford/Fiocruz). As vacinas também serão usadas para profissionais de saúde que aguardam a segunda dose e população quilombola.
O Estado informou que as doses foram encaminhadas à Central Estadual de Rede de Frio da Secretaria da Saúde (Sesa) para cadastramento. A distribuição teve início na tarde desta segunda-feira (03) para os municípios da Região Metropolitana – o que inclui a Serra – e para as regionais de saúde norte, sul e Central.
Mesmo sem previsão para início, a reportagem decidiu explicar ao morador da Serra quais pessoas poderão ser imunizadas. Veja abaixo:
Pactuado entre Estado e municípios por meio da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), o Espírito Santo seguirá as definições para a vacinação de pessoas com comorbidades, deficiência permanente, gestantes e puérperas de acordo com a Resolução CIB nº 048/2021. Com a estimativa de imunizar mais de meio milhão de capixabas nesta nova etapa, a vacinação ocorrerá em duas fases, seguindo os critérios de vacinação abaixo:
– Na Fase I, vacinar proporcionalmente, de acordo com o quantitativo de doses disponibilizadas:
a) na faixa etária entre 18 e 59 anos de idade: pessoas com Síndrome de Down ou deficiência intelectual/mental (autismo, paralisia cerebral ou outras síndromes que desencadeiam a deficiência intelectual/mental); pessoas com doença renal crônica em terapia de substituição renal (diálise); pessoas com fibrose cística; gestantes e puérperas com comorbidades pré-determinadas no Plano Nacional (PNO); e pessoas com obesidade mórbida (índice de massa corpórea – IMC ≥40);
b) na faixa etária entre 55 e 59 anos de idade: pessoas com Deficiência Permanente cadastradas no Programa de Benefício de Prestação Continuada (BPC).
– Na Fase II, vacinar proporcionalmente, de acordo com o quantitativo de doses disponibilizado:
– Pessoas com comorbidades pré-determinadas no PNO; gestantes e puérperas independentemente de condições pré-existentes; pessoas com Deficiência Permanente cadastradas no Programa de Benefício de Prestação Continuada (BPC). Nesta fase, a imunização será realizada também segundo as faixas de idade de 50 a 59 anos; 40 a 49 anos; 30 a 39 anos; e 18 a 29 anos.
Ainda segundo a Resolução CIB nº 048/2021, como comprovação para a vacinação, a pessoa deverá apresentar um dos seguintes documentos: laudo médico, prescrição médica ou declaração do enfermeiro do serviço de saúde onde o usuário faz tratamento, além do documento de identificação com foto. O cidadão deverá levar duas cópias do documento comprobatório, uma vez que os serviços de vacinação deverão reter a cópia.
Quanto a data do documento comprobatório, deverá ser de 2018 em diante, ou seja, dos últimos três anos, para condições permanentes e 90 dias para condições adquiridas e transitórias.
Abaixo, a descrição das comorbidades incluídas como prioritárias para vacinação contra a Covid-19 no Plano Nacional de Operacionalização (PNO) da Vacinação:
GRUPO DE COMORBIDADES | DESCRIÇÃO |
Diabetes mellitus | Qualquer indivíduo com diabetes |
Pneumopatias crônicas graves
| Indivíduos com pneumopatias graves incluindo doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, fibroses pulmonares, pneumoconioses, displasia broncopulmonar e asma grave (uso recorrente de corticoides sistêmicos, internação prévia por crise asmática). |
Hipertensão Arterial Resistente (HAR)
| HAR= quando a pressão arterial (PA) permanece acima das metas recomendadas com o uso de três ou mais anti-hipertensivos de diferentes classes, em doses máximas preconizadas e toleradas, administradas com frequência, dosagem apropriada e comprovada adesão ou PA controlada em uso de quatro ou mais fármacos antihipertensivos |
Hipertensão arterial estágio 3 | PA sistólica ≥180mmHg e/ou diastólica ≥110mmHg independente da presença de lesão em órgão-alvo (LOA) ou comorbidade |
Hipertensão arterial estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade | PA sistólica entre 140 e 179mmHg e/ou diastólica entre 90 e 109mmHg na presença de lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade |
DOENÇAS CARDIOVASCULARES | |
Insuficiência cardíaca (IC)
Cor-pulmonale e Hipertensão pulmonar
Cardiopatia hipertensiva
Síndromes coronarianas
Valvopatias
Miocardiopatias e Pericardiopatias | IC com fração de ejeção reduzida, intermediária ou preservada; em estágios B, C ou D, independente de classe funcional da New York Heart Association.
Cor-pulmonale crônico, hipertensão pulmonar primária ou secundária.
Cardiopatia hipertensiva (hipertrofia ventricular esquerda ou dilatação, sobrecarga atrial e ventricular, disfunção diastólica e/ou sistólica, lesões em outros órgãos-alvo).
Síndromes coronarianas crônicas (Angina Pectoris estável, cardiopatia isquêmica, pós Infarto Agudo do Miocárdio, outras).
Lesões valvares com repercussão hemodinâmica ou sintomática ou com comprometimento miocárdico (estenose ou insuficiência aórtica; estenose ou insuficiência mitral; estenose ou insuficiência pulmonar; estenose ou insuficiência tricúspide, e outras).
Miocardiopatias de quaisquer etiologias ou fenótipos; pericardite crônica; cardiopatia reumática. |
Doenças da Aorta, dos Grandes Vasos e Fístulas arteriovenosas
Arritmias cardíacas
Cardiopatias congênitas no adulto
Próteses valvares e Dispositivos cardíacos implantados
| Aneurismas, dissecções, hematomas da aorta e demais grandes vasos.
Arritmias cardíacas com importância clínica e/ou cardiopatia associada (fibrilação e flutter atriais; e outras).
Cardiopatias congênitas com repercussão hemodinâmica, crises hipoxêmicas; insuficiência cardíaca; arritmias; comprometimento miocárdico.
Portadores de próteses valvares biológicas ou mecânicas; e dispositivos cardíacos implantados (marca-passos, cardio desfibriladores, ressincronizadores, assistência circulatória de média e longa permanência). |
Doença cerebrovascular | Acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico; ataque isquêmico transitório; demência vascular. |
Doença renal crônica | Doença renal crônica estágio 3 ou mais (taxa de filtração glomerular < 60 ml/min/1,73 m2) e/ou síndrome nefrótica. |
Imunossuprimidos | Indivíduos transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; pessoas vivendo com HIV; doenças reumáticas imunomediadas sistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente > 10 mg/dia ou recebendo pulsoterapia com corticoide e/ou ciclofosfamida; demais indivíduos em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias; pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos 6 meses; neoplasias hematológicas. |
Hemoglobinopatias graves | Doença falciforme e talassemia maior |
Obesidade mórbida | Índice de massa corpórea (IMC) ≥ 40 |
Síndrome de down | Trissomia do cromossomo 21 |
Cirrose hepática | Cirrose hepática Child-Pugh A, B ou C |
Fonte: CGPNI/DEVIT/SVS/MS. Com base nas revisões de literatura contidas nas referências deste documento.
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