Nesta segunda-feira (22) é a vez dos moradores de Vila Velha serem ouvidos pelos deputados da CPI do pó preto sobre o problemas que sofrem com a poluição que sai da Vale e ArcelorMittal Tubarão. Isso porque a CPI vai realizar no salão da Igreja São Francisco, em Itapoã, Vila Velha, uma audiência pública para debater o assunto. Em audiências anteriores, uma das reclamações foi do aumento de doenças pulmonares na população, principalmente em crianças.
Em outra audiência pública, realizada no último dia 17 em Vitória, moradores e ativistas da capital pediram a criação de uma leis ambientais mais severas em relação ao pó preto, mais fiscalização do problema por parte dos governos estadual e municipais, além do pagamento do passivo ambiental pelas empresas.
Na ocasião o morador e ativista José Marques Porto, da ONG SOS Espírito Santo Ambiental, cobrou das empresas que paguem R$ 22 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS) pelos gastos no tratamento de problemas de saúde respiratória no Estado. Segundo ele, os dados são do próprio SUS, do ano de 2012.
Apesar da Serra também ser atingida pelo pó preto de Arcelor e Vale (inclusive parte da Vale e 100% das usinas e porto da Arcelor estão na cidade), a CPI ainda não divulgou agenda para visitar o município e ouvir moradores.
Poluição piora
Na última sexta (17) o IBGE divulgou os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável do ES, onde aponta piora da qualidade do ar entre 2010 e 2011 na Grande Vitória. O estudo também revela que a quantidade de poeira que atinge as vias respiratórias (PM10) chegou a ficar 230% mais elevada em 2011 que o limite seguro estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Mas como a lei ambiental brasileira é mais frouxa que os padrões da OMS, a concentração da poeira não extrapolou o limite.