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Cresce a incidência da Síndrome do Olho Seco entre os capixabas

Entre os sintomas estão ressecamento, vermelhidão, ardor e coceira. Foto: Pixabay

O “Olho Seco”, síndrome que acomete cerca de 15% da população mundial e está entre as principais razões para visitas ao oftalmologista, podendo até comprometer a visão, está aumentando sua incidência. Entre as causas do seu crescimento estão hábitos não recomendados, entre outros fatores da vida moderna. Apesar disso, ela ainda é desconhecida da maioria dos capixabas. Alguns sofrem anos com esse desconforto e nem têm conhecimento que possuem a síndrome.

“Esta síndrome é caracterizada por uma deficiência na produção ou na qualidade das lágrimas provocando, principalmente, o ressecamento da superfície do olho. Entre os sintomas estão ressecamento, vermelhidão, ardor e coceira. Os estágios da doença vão de leve a moderado e grave. Os casos de moderado para grave trazem muito desconforto – dor, baixa da acuidade visual, dificuldade no uso de lentes de contato, além de dificuldade em atividades de rotina como ler, ver tv, usar o computador. Além disso, o olho sem lágrima é um olho que enxerga mal”, explica a oftalmologista especializada no tratamento da Síndrome do Olho Seco, Liliana Nóbrega.

O aumento na incidência da doença, segundo a especialista, está especialmente relacionado com os novos tempos. Hábitos não recomendados e o envelhecimento da população são alguns dos principais fatores. Com o fenômeno do envelhecimento populacional, com as pessoas vivendo mais, aumenta o aparecimento da doença. Além disso, são responsáveis a poluição das cidades e o uso prolongado de aparelhos eletrônicos como celulares, computadores e tablets. “Há um impacto mundial na doença por conta de as pessoas ficarem, por muito tempo, em frente a um computador, notebook, celular, tablet, piscando muito menos do que o normal e, com isso, deixando de lubrificar os olhos”, alerta Liliana Nóbrega.

Além disso, a doença tradicionalmente acomete mais mulheres, principalmente após a menopausa. Nesse estágio da vida elas sentem muito ressecamento nos olhos. Também são fatores de risco as doenças autoimunes de origem reumatológicas, cujos sintomas são boca e olho seco, e que podem ser acompanhadas de artrites.

Ar condicionado, uso continuado de lentes de contato e alguns medicamentos (diuréticos, anti-histamínicos, antidepressivos e anticoncepcionais) também podem provocar a síndrome.

“Por ser uma doença crônica, sem cura, fazer o tratamento correto para diminuir os sintomas ao máximo, reduzindo o desconforto e melhorando a qualidade de vida, é fundamental”, reforça a oftalmologista.

Mas ela explica que o tratamento não se resume a melhorar a quantidade de lágrimas. A doença é de origem inflamatória e muitas vezes é necessário, por exemplo, lançar mão de corticoides tópicos para desinflamar as glândulas ou usar imunomoduladores para tratamento de longo tempo.

Novo equipamento para tratamento da doença chega ao ES

A oftalmologista Liliana Nóbrega trouxe ao Espírito Santo o mais moderno e resolutivo aparelho para o tratamento da “Síndrome do Olho Seco”. De fabricação francesa, o E-Eye utiliza a tecnologia IRPL (Luz Pulsada Regulada de Alta Intensidade). Este é o primeiro equipamento médico desenvolvido especificamente para o tratamento das glândulas de Meibomius (glândulas que produzem lipídios e proteínas para as margens das pálpebras), responsáveis por 75% dos casos do “Olho Seco”.

“O tratamento é realizado com procedimentos rápidos. Duram em torno de cinco minutos e são indolores. O equipamento funciona com uma nova tecnologia de luz pulsada regulada de alta intensidade, o sistema E-Eye, que cria pulsos de luz policromática. A luz emitida não é invasiva, o que não causa comprometimento do globo ocular. Ao ser aplicado na proximidade das pálpebras, esse pulso de luz estimula terminações nervosas das glândulas de Meibomius, favorecendo um aporte maior e melhor da secreção lipídica”, afirma ela.

Estudos clínicos já realizados apontam que cerca de 90% dos pacientes mencionam melhora dos sintomas e satisfação após duas aplicações. Em apenas três aplicações – após a primeira, são feitas outras duas aos 15 e 45 dias -, o paciente já percebe uma diminuição nos sintomas de olho seco.

“É clinicamente possível observar essa melhora. A nova tecnologia induz a restauração da função normal das glândulas de Meibomius. Após o tratamento, pacientes têm relatado a diminuição do uso de colírios”, comenta Liliana Nóbrega.

Uma paciente que já fez o tratamento com ela relatou que após as aplicações percebeu uma diminuição nos sintomas de olho seco, a ponto de se esquecer de retirar as lentes de contato na hora de dormir. Com os procedimentos também é comum a redução no uso de colírios ou outros medicamentos.

Redação Jornal Tempo Novo

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