Categories: Política

Criada para recuperar Rio Doce, Fundação Renova é investigada por corrupção

Lama da Samarco matou 19 pessoas e devastou Rio Doce em 2015. (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil).

Foi aprovado na última segunda-feira (9) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Licenças da Assembleia Legislativa requerimento do deputado Euclério Sampaio – relato da CPI – em que pede a quebra do sigilo fiscal, bancário, telefônico e de correspondência eletrônica da Fundação Renova por prática de corrupção em suas atividades.

O pedido foi embasado pelo relator em denúncias que chegaram à CPI. Segundo consta no documento, essas denúncias revelam que a Fundação Renova estaria “desviando recursos, superfaturando obras, firmando contratos em valores vultosos com empresas que têm em seu quadro societário ex-funcionários da Samarco/Vale e contratando ex-funcionários da Samarco e diretores em valores exorbitantes”.

Para solicitar a quebra de sigilo, Euclério Sampaio ainda considerou outras irregularidades que estariam sendo praticadas pela entidade e suas mantenedoras – Vale, BHP e Samarco -, como o descumprimento de cláusulas que determinam o acompanhamento e a fiscalização das ações da Renova por parte dessas empresas.

No documento, o deputado destaca a falta transparência no cumprimento do Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC) por parte da Fundação Renova, a qual, segundo o próprio TTAC, deve ter suas atividades monitoradas e fiscalizadas também pelos poderes públicos.

Todas essas condutas, segundo o relator, acabam “em prejuízo das vítimas do desastre, que aguardam há quase quatro anos para serem indenizadas (…)”, destaca o documento apresentado pelo deputado. O texto do requerimento foi encaminhado ao presidente da CPI, deputado Marcelo Santos.

Outro lado                     

A Fundação Renova foi procurada pelo TEMPO NOVO para comentar a respeito da aprovação do pedido de quebra de sigilo da instituição. Por meio de sua assessoria de imprensa, enviou uma nota.

Nela, a Fundação descreve os investimentos que, segundo ele, têm sido feitos desde a constituição da entidade, em 2016, por meio de TTAC, assinado entre Samarco, suas acionistas Vale e BHP, os governos Federal e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, além de Ibama, Instituto Chico Mendes, Agência Nacional de Águas, Instituto Estadual de Florestas, Funai e secretarias de Meio Ambiente. Vale lembrar que a entidade foi criada para implementar ações de reparação ambiental e social dos municípios banhados pelo Rio Doce após rompimento de barragem em Minas Gerais, em 2015.

A Renova alega que age com transparência e que suas atividades são monitoradas por “auditorias externas independentes e pelo Ministério Público de Fundações”, e que os documentos relacionados à sua atuação e prestação de contas de suas atividades estão em seu site.

Foram desembolsados, conforme a entidade, cerca de R$ 6,46 bilhões nas ações de recuperação e compensação em Minas Gerais e no Espírito Santo. Por fim, a Fundação alega que pagou, até o momento, cerca de R$ 850 milhões em indenizações e auxílios no Espírito Santo.

Gabriel Almeida

Jornalista há mais de 10 anos, Gabriel Almeida atua como editor-chefe e repórter. Escreve com experiência para diversas editorias do portal. Além disso, assina a importante coluna: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades.

Últimas postagens

Vereador da Serra é acusado de humilhar servidora e vai parar na delegacia

O vereador Antonio Carlos CEA. Crédito: Divulgação Uma discussão no plenário da Câmara da Serra terminou em registro de boletim…

4 horas atrás

Lixão vira moradia para usuários de drogas em Jardim Limoeiro

Localizado na Rua Bahia, o conhecido lixão do bairro agora abriga um barraco improvisado que tem servido como moradia para…

9 horas atrás

E-sports | Serra terá campeonato de Gran Turismo com prêmio de até R$ 1 mil

As inscrições estão abertas até 31 de maio, com taxa de R$ 120: o ganhador receberá R$ 1 mil. Crédito:…

10 horas atrás

Homem é preso por assediar criança de 9 anos dentro de ônibus do Transcol na Serra

O homem foi preso por assediar uma criança de 9 anos dentro de um ônibus do Transcol na Serra. Crédito:…

10 horas atrás

Quadrilha do falso consórcio da Caixa aplica golpes e causa prejuízo de R$ 450 mil no ES

A quadrilha do falso consórcio da Caixa aplicou golpes e causou prejuízo de R$ 450 mil no ES. Crédito: Divulgação…

10 horas atrás

Estudo revela que carência de ensino superior é entrave para crescimento da Serra

Apenas 11% dos jovens em idade universitária da Serra estão matriculados em cursos de ensino superior. Crédito: divulgação. A Serra…

10 horas atrás