Ayanne Karoline
Há cerca de dois anos as vagas de emprego têm diminuído e as empresas têm demitido com mais frequência, resultado de uma crise econômica que atinge todos os setores no Brasil. E que é ainda mais grave no ES, com a paralisação da Samarco, fim do Fundap, perdas de royalties, desinvestimentos da Petrobrás e mais recentemente, o caos na segurança pública.
Em 2016, por exemplo, o estado apresentou a maior taxa de desemprego desde 2012 – 13,6%, segundo dados do IBGE. Na Serra não foi diferente, apesar de abrigar muitas empresas, a cidade amarga alto número de pessoas sem trabalho.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que o município terminou 2016 com 55.395 demissões. Só em fevereiro deste ano, foram 3.968 desligamentos, contra 3.281 admissões. Isso quer dizer que as empresas serranas demitiram mais do que contrataram e o saldo ficou negativo em 687 postos de trabalho, o maior do estado.
Do número total de demissões em fevereiro, o setor industrial é responsável por 743 demissões. A situação geral é ainda mais grave, pois segundo o vice-presidente institucional da Findes na Serra, José Carlos Zanotelli, caso o cenário econômico fosse outro, a indústria poderia empregar até 5 mil pessoas na cidade, mas esse número não passa de 3 mil atualmente. “Cerca de 80% dos desempregados, que trabalhavam na área industrial e foram demitidos, não tinham qualificação. Esse foi o público alvo dos cortes na Serra”, afirmou.
Para Freire, vários fatores contribuem para o grande número de desempregados serranos, como a crise econômica e a contratação de moradores de outras cidades. Mas, o principal fator seria a qualificação. “Hoje, o perfil do nosso candidato a uma ocupação é de ensino fundamental ou médio. As empresas do município buscam perfis com melhor qualificação, como um curso técnico. É normal que em tempos de crise as empresas fiquem ainda mais seletivas”, disse.
Situação gera avanço da informalidade na Serra
Com as demissões e pouca oferta de emprego, a solução encontrada por muitas pessoas é trabalhar por conta própria, na maioria das vezes prestando algum tipo de serviço. Em 2015, o mercado informal movimentou R$ 986 bilhões no Brasil, o que representa 16,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Os dados são do Índice de Economia Subterrânea (IES), estudo realizado em parceria pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE).
Na Serra, segundo a Junta Comercial do Espírito Santo (JUCCES), houve queda na formalização de empresas como Microempreendedor Individual (MEI). Em 2015, foram registradas 5.798 formalizações, enquanto em 2016 foram 5.686. Ou seja, mais pessoas estão prestando serviços de maneira informal.
A coordenadora do Sebrae Serra, Clébia Pettene, garante que trabalhadores como Adriano podem ter mais vantagens quando formalizados. “Alguns não sabem da facilidade que é se formalizar, pensam apenas que terão novos tributos a pagar. Porém, os benefícios adquiridos após a formalização são muitos e o custo com o pagamento do tributo é baixo, se comparado com as vantagens, como aposentadoria, auxílio maternidade, auxílio doença, acesso a serviços bancário diferenciados, possibilidade de vender para o Governo, entre outros”, explicou.
Qualificação é caminho para ficar no mercado
Se perder o emprego está mais fácil e conseguir um está difícil, o caminho pode ser o mesmo: a qualificação. Uma especialização pode ajudar tanto quem quer evoluir e permanecer no cargo, como quem pretende arrumar uma vaga.
Porém, fazer qualquer curso pode não ser a melhor opção. O engenheiro e diretor de Marketing da faculdade UCL, Sandro Lobato, explica que buscar formação nas áreas em que a cidade possui negócios é uma boa alternativa. Na Serra, segundo ele, estão em alta a área industrial e os serviços ligados à indústria, como a logística. “Temos empresas de logística e grandes galpões que trabalham com isso. Essas unidades têm cerca de 500 trabalhadores, ativos por quase 24 horas de serviço”, destaca.
Ele também chama a atenção para as áreas de mineração, siderurgia e fabricação de bens. Neste cenário figuram as graduações nas diversas engenharias e os tecnólogos. Essa última opção, segundo Lobato, representa grande oportunidade.
“Tem duração pequena, de aproximadamente dois anos, e cede diploma de ensino superior. Na UCL temos as opções de logística e gestão de qualidade, por exemplo, duas áreas que praticamente toda empresa aqui demanda”, disse.
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