Clarice Poltronieri
Os investimentos na Serra em 2017 caíram mais do que a metade. Segundo a publicação do anuário Finança dos Municípios Capixabas, da Aequus Consultoria, a queda foi de -53,3%. Em 2017 foram investidos pouco mais de R$56mi, enquanto 2016 foram quase R$120mi. A explicação para essa queda brusca está relacionada a dois fatos: a crise econômica e ao fato de 2016ter sido ano eleitoral, quando há muitos investimentos.
Segundo o economista e diretor da Aeqqus, Alberto Borges, a queda de investimentos é abrupta e em todo estado. “Em todo estado houve uma queda abrupta, onde os níveis de investimento chegaram ao patamar do final da década de 1990. Em ano pós-eleitoral sempre há uma queda nos investimentos, pois os gestores se dedicam a planejar o futuro, mas a crise econômica trouxe uma queda ainda maior”, explica.
Em outros anos pós-eleitorais a queda de investimentos em comparação ao ano anterior foi menor: em 2013, -49% em relação a 2012 e 2009, -20,8% em comparação a 2008. E se comparados 2013 com 2017, a queda foi de 27,9% no valor absoluto, sem considerar a correção de IPCA: em 2017 foram investidos R$56mi enquanto em 2013 R$77mi.
Ele aponta que, apesar da queda nos investimentos nos últimos anos, a Serra ficou como o segundo município que mais investiu no estado em 2017 e o primeiro da região metropolitana no período.
“A Serra só ficou atrás de Presidente Kennedy. E a cidade teve menos recursos próprios e dos governos Federal e Estadual. Mas o prefeito (Audifax Barcelos, Rede) foi muito ágil e está assinando convênios, pois a crise, apesar de ter se estabilizado, não aponta sinais de melhora e até que a conjuntura se regularize, recorrer ao crédito é a melhor opção. E este ano aponta uma procura maior de financiamentos pelos agentes públicos, tanto no Estado quanto em todo Brasil”, diz.
Em entrevista ao Tempo Novo em julho, o secretário de governo Jolhiomar Massariol apontou que a previsão orçamentária do município era de investir R$207 mi somente em 2018. E a prefeitura já havia assinado um convênio com a Caixa Econômica Federal de R$100mi, dos quais R$ 35,3 mi já estavam liberados. Os demais R$ 64,7 só virão em 2019.
E a Prefeitura já protocolou na Câmara o pedido para autorizar mais um empréstimo, desta vez de R$ 130 milhões. O objetivo é ter fôlego para mais investimentos.