Por Clarice Poltronieri
O ano de 2016 promete ser de muita dificuldade no varejo, especialmente para as lojas de eletrodomésticos. Os sinais já se fazem sentir na Serra, com o fechamento de três lojas da Eletrosom e a redução do galpão de estoque da rede Eletrocity.
O vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES), João Elvécio Faé, diz que se o quadro não reverter, fevereiro terá dispensa de funcionários.
“O Brasil atravessa um momento difícil. No ES, a previsão é que o varejo venda em janeiro 2,5 % menos do que o mesmo mês de 2015. Se em fevereiro não melhorar, 5% dos funcionários devem ser demitidos. Os setores de eletrodomésticos e vestuário são os que mais sofrem. A Leader Magazine e a Dadalto pediram concordata. A Eletrosom está fechando lojas e a Riachuelo já pensa em fechar algumas”, revela.
Para Faé a combinação juros muito altos, carga tributária crescente e falta de demanda geraram o quadro atual. Uma das redes que fechou três lojas no município foi a mineira Eletrosom. A primeira foi na Serra-sede há cerca de três meses. E, recentemente, as outras duas na Avenida Central em Laranjeiras. A empresa já pediu recuperação judicial.
Quem também dá sinais de dificuldade é a Eletrocity. Na Serra, o galpão de estoque de 30 mil m² em Jardim Limoeiro, foi transferido para um de 12 mil m2, em Chácara Parreiral. “Quando se fala muito em crise, isso acaba levando o mercado pra baixo. O consumidor fica com medo de comprar, o que gera desemprego”, disse um dos sócios da empresa, Pina Laurett.
Comerciante de Laranjeiras há mais de 30 anos, Pedro Tozetti, percebe as dificuldades. “Várias lojas estão fechando, só na Central foram cerca de 10. Hoje se vê muitos pontos antes ocupados, vazios para alugar”, aponta.
Para Samuel Valle, da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Serra, o quadro é grave. “Há muita apreensão. Sabemos que muitas lojas de eletrodomésticos vão fechar. Juros elevados tiram empregos. O ambiente é desfavorável, há uma super burocracia, muita carga tributária. E tudo agravado pela crise política”, pontua.