Por Bruno Lyra
A crise econômica na China, cujas principais bolsas de valores operaram com forte queda esta semana, está gerando incerteza para o mercado do aço. Quadro que fica ainda mais nebuloso com a crise que atinge a economia Brasileira. A avaliação é do executivo da ArcelorMittal Brasil, Francisco Dornelas, que esteve na unidade da empresa em Tubarão, aqui na Serra, na última terça (25).
Francisco, que ocupa o cargo de Assessor da Diretoria Industrial do grupo no Brasil, disse que o setor já vem enfrentando dificuldade desde 2008, auge da crise que atingiu os Estados Unidos. Dificuldade ampliada pela concorrência das siderúrgicas chinesas, que conseguem menor preço com subsídios concedidos pelo governo daquele país.
A produção de aço na ArcelorMittal Tubarão, por exemplo, atende tanto o mercado interno quanto o externo. “Essa crise na China ainda está começando, os sintomas disso ainda estão por vir. Diferente dos sintomas da crise de 2008, que foram imediatos, dessa vez as coisas ainda estão esquisitas”, pondera.
Apesar disso Francisco diz que a ArcelorMittal Tubarão segue trabalhando em ritmo para produzir sete milhões de toneladas 2015, que é a capacidade máxima da planta. “Estamos voltando fortemente para o mercado externo, em função da retração do mercado interno”, revela.
Dornelas afirma que a crise na China joga mais água fria nos investimentos em siderurgia no Brasil onde hoje só há um novo projeto em andamento, no Ceará. Ele não crê que o projeto da Vale para uma siderúrgica em Anchieta, por exemplo, possa vingar neste cenário.
Para ele a saída é a evolução tecnológica nas plantas já instaladas para a fabricação de aços especiais, onde há mercado potencial. “Por isto, a ArcelorMittal Tubarão tem, desde abril último, um centro de pesquisa em novas tecnologias de aço”, conclui.