O ex-prefeito Audifax Barcelos (sem partido) está intensificando seu movimento político na Serra; ele está em uma fase de reaproximação de lideranças políticas e reinserção de sua liderança político-eleitoral na cidade. Para isso ele tem feito agendas com pessoas estratégicas. Entre elas, o ex-prefeito esteve recentemente com o atual vice-prefeito da Serra, Thiago Carreiro (União Brasil).
Visando a eleição de 2022 para governador, Audifax passou a fazer um movimento externo a Serra. O resultado não agradou, o ex-prefeito terminou em 4º lugar e viu seu capital político colocado em xeque. Desde então Audifax deu uma mergulhada, porém neste início de ano voltou sua atenção a Serra objetivando construir um projeto político para a eleição de 2024. Com um grupo fragmentado e sem partido, o ex-prefeito tem dedicado seus esforços a se reaproximar de pessoas desagarradas, desafetas e/ou descontentes com o atual prefeito Sergio Vidigal (PDT) e o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB).
E é aí que entra o vice-prefeito, que rachou a relação com Vidigal devido a conflitos eleitorais ocorridos antes, durante e após o pleito de 2022, quando ele foi candidato a deputado federal, mesmo cargo do qual a esposa do prefeito, a ex-deputada Sueli Vidigal, disputou.
Questionado pela reportagem, Thiago não fez questão de esconder a aproximação com Audifax, que como todo mundo sabe, nutri uma rivalidade histórica com Vidigal (comparável até com as disputas entre a antiga família Castelo e a família Miguel que deram a tônica da política serrana na primeira metade do século XX).
A reunião entre Thiago e Audifax teria ocorrido no final de dezembro e de acordo com informações de pessoas que orbitam o ex-prefeito, Thiago teria manifestado interesse em disputar a Prefeitura da Serra, sendo que as conversas migraram para um entendimento de que as portas estariam abertas tanto de ambos os lados, visando primeiro e hipotético segundo turno. Procurado pela reportagem, Thiago confirmou a reunião, e afirmou acreditar que a cidade precisa renovar a Prefeitura.
“O ex-prefeito da Serra Audifax me convidou para debater o cenário político e o futuro da Serra. Aceitei o convite, pois respeito todas as lideranças, acredito que a Serra tem que estar acima de qualquer divergência e sempre estarei a disposição para ouvir e dialogar com todas as lideranças da cidade”, disse o vice-prefeito.
Thiago disse reconhecer a importância de Audifax e Vidigal para a história recente da cidade, porém defende oxigenação de lideranças na cidade. “Sobre projeto político, eu acredito que passou da hora da Serra ter uma nova Gestão. Audifax e Vidigal foram muito importantes para a História da Cidade, mas nas ruas o que a gente mais houve é que já passou a hora de renovar e não tem jeito, novas soluções demandam novas Lideranças. Hoje com experiência própria, tenho ainda mais convicção de que quem está na política há muito tempo, não quer deixar surgir novas lideranças. Por isso, vou seguir meu caminho dialogando com todos e construindo com a cidade e com novas lideranças”, completou.
Thiago pode ser uma peça importante dos planos de Audifax, que tenta reconstruir um grupo político para fazer frente a Vidigal. Na última quarta-feira (08), por exemplo, o ex-prefeito esteve com o deputado estadual Vandinho Leite (PSDB), que não tem alinhamento com Vidigal e anda ‘mordido’ com Casagrande. Nas redes sociais, Vandinho explicitou a aproximação política com o ex-prefeito da Serra já em um contexto de eleição para 2024.
“Recebendo agora, no meu gabinete, o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos. Dialogando sobre a Serra e o futuro da cidade. Audifax não foi vitorioso na eleição de governador, mas até então nunca havia perdido um pleito. Deixei a ele uma frase de Abrahan Lincoln que publiquei recentemente: “O campo da derrota não está povoado de fracassos, mas de homens que tombaram antes de vencer.”
Desde então, especula-se até que Audifax pode se filiar no PSDB. É muito cedo para pensar em afunilamento de candidaturas, mas as aproximações estratégicas de Audifax podem tirá-lo do isolamento que ele mesmo se colocou diante das decisões tomadas nos últimos anos. Seja como candidato ou como cabo eleitoral de algum escolhido, o ex-prefeito é uma força eleitoral com poder decisivo, mesmo que não disponha das mesmas estruturas do qual se fez valer no passado.