A morte do vereador Cabo Porto, em um acidente de trânsito no interior do estado, mexeu muito com a cidade. Isso porque o parlamentar era um político em ascensão e notoriamente com muito futuro pela frente.
Politicamente, Porto vivia uma situação confrontante no PSB, que queria enquadrá-lo devido às suas posições ideológicas próximas ao bolsonarismo.
Mesmo com a dificuldade partidária, ele vinha sendo relacionado como pré-candidato a prefeito da Serra, tamanho era o apoio que vinha das ruas.
Sempre polêmico, Porto tinha um perfil de causar reboliço. Defensor especialmente da classe dos policiais militares, o vereador tinha no DNA a bandeira da segurança pública e era querido, principalmente pela direita capixaba.
Natural de Castelândia, em sua trajetória, o vereador foi um dos policiais mais condecorados da corporação e fez fama na grande Jacaraípe pela atuação firme frente à bandidagem.
Filho de mãe solteira, Porto conviveu desde cedo com a violência doméstica vinda do padrasto, o qual expulsou os irmãos mais velhos de casa e fazia sessões de agressão contra a mãe.
Revoltado com a situação, aos 16 anos, utilizando um cabo de vassoura, Porto expulsou o padrasto de casa e, em seguida, entrou para a PM, instituição na qual permaneceu por duas décadas até ser eleito como um dos vereadores mais votados em 2016.
A Serra perde muito com a ida do vereador Cabo Porto, pois ele sem dúvida se transformaria numa liderança de envergadura estadual e lutaria pelo município no plano capixaba. Sua morte abre uma lacuna de liderança e deixa a Serra órfã de um político sempre muito corajoso e sincero.