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Delegada Gracimeri é aposta do PSC para renovar política da Serra

Gracimeri acumula 26 anos como delegada e diz que não abre mão de ser candidata. Foto: Divulgação

Novidade na política serrana, a delegada Gracimeri Gaviorno está filiada ao PSC, do vereador Aílton Rodrigues. Confirmada como pré-candidata a prefeita da Serra, ela entende que é o momento ideal para as novas lideranças políticas emergirem no município. Nesta entrevista, ela fala de sua carreira profissional, dos desafios e das razões que a levaram a optar por ser candidata. Além disso, detalha algumas de suas ideias de gestão para a cidade.

Tratando-se de política, você é uma novidade na Serra. Resumidamente, qual foi sua trajetória profissional?

Comecei a trabalhar aos nove anos de idade, com carteira assinada aos 16 anos, no ramo de supermercados. Em 1999, entrei como delegada e fiquei por 26 anos. Na Serra, fui delegada da Mulher. Trabalhei em especializadas, como Furto de Veículos, Defraudações, Homicídios; liberava todos os corpos de homicídios da Serra. Em 2001, fui para a Sesp com o objetivo de montar a inteligência da Secretaria e o Disque-Denúncia. Fui Chefe de Polícia e, em 2017, assumi a Subsecretaria de Segurança e, em 2018, a Subsecretaria de Direitos Humanos e toquei o programa Ocupação Social.

Você era a segunda no comando da Sesp durante a paralisação da PM, em fevereiro de 2017. Imagino que tenha sido uma das experiências pessoais mais intensas…

Foi traumático para toda a sociedade. Assumi a Subsecretaria para melhorar o diálogo da polícia com as comunidades. Iniciamos o projeto Capacitar Para Transformar. E então ocorreu aquele processo, que foi muito desgastante. Perdi um grande amigo de trabalho da Divisão de Homicídios; perdemos policiais militares e civis, cidadãos. Não tínhamos hora para sair, para dormir. Eu mesma, saindo da Secretaria, sofri uma tentativa de roubo. Tive que trocar tiros com bandido.

Você foi subsecretária e chefe de Polícia no governo Paulo Hartung. Ele é um dos seus incentivadores na política?

Às vezes, ele me aconselha. Um dos conselhos foi: “Se quer entrar na política, tem que conversar com todos”. Nesse período, me matriculei em dois processos seletivos: MLG, que é uma organização social com foco na gestão pública; e no Renova BR, cujo foco é a política. Foi com essa formação e esse diálogo com muita gente que eu resolvi me candidatar. Foi quando conheci o Pastor Aílton (presidente do PSC-Serra). Chegamos à conclusão de que estávamos falando a mesma língua.

Acredito que o plano de governo esteja em elaboração; mas o que o PSC e a Gracimeri pensam para a Serra?

O problema grave da Serra é a segurança, que é a última ponta do processo. De acordo com o IBGE, o município tem apenas 27% de ocupação em termos de trabalho. Um município que tem muitos jovens e registra taxa de desocupação de 70%, onde eles estarão? Morrendo e matando. A Prefeitura não cria empregos, mas é um articulador do desenvolvimento, de estímulos e de empreendedorismo.

Objetivamente, o que seria esse “estímulo de empreendedorismo”?

Atração de empresa, qualificação de mão de obra e desburocratização. Os empresários estão reclamando da morosidade para se montar uma empresa; o investidor prefere ir para Cariacica, porque tem viabilidade. As secretarias não se entendem e o empresário perde muito tempo. Precisamos avançar nessa parte cultural de desburocratização e investir em tecnologia.

A Guarda Municipal da Serra é mais recente do que as experiências em Vitória e Vila Velha. Como fortalecer ainda mais o serviço dos agentes?

Precisamos da Academia da Guarda Municipal. Não é possível contratar e colocar nas ruas essa guarda sem o curso de qualificação. Hoje, isso depende da polícia civil, que nem sempre está disponível. Então, se tivermos uma estrutura própria facilita a locação de guarda. A atividade de segurança precisa de qualificação continuada.

O que é possível fazer de diferente numa cidade com as características e demandas sociais como a Serra?

Na avaliação do PSC, esses dois modelos de gestão (referindo-se a Audifax e Vidigal) focam muito em obra, em concreto, em construir prédios. O Upa, por exemplo, já está tendo problemas porque não tem médico. Temos que olhar o ser humano em primeiro lugar. Praças e prédios são muito importantes, mas de que adianta, se não tem médico, remédio; quem precisa de uma especialidade fica dois anos esperando. É um dever do Estado, mas quem é o interlocutor? É o prefeito. Então, precisamos olhar para a qualificação da oferta de serviços.

Como fazer isso, se a folha de pagamento da Prefeitura já está bem próxima do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal?

A Prefeitura tem aproximadamente mil cargos comissionados que, às vezes, não têm a capacitação. Se demitir, dá para fazer contratações.

Uma das críticas recorrentes na Serra é na área do esgotamento sanitário. Há algum plano de ação nesse sentido?

Nós do PSC criticamos muito essa PPP. O Município, a Câmara e a Prefeitura não têm como fiscalizar esse contrato. É um contrato milionário, de 30 anos, e o serviço é de péssima qualidade. O contrato é coletar e tratar, mas eu pergunto: onde está o tratamento? Sem contar a coleta, que é péssima. Vieram para despoluir a cidade; porém, o maior poluente é a Ambiental Serra. A cidade precisa avançar em um modelo de fiscalização sobre esse contrato. Defendemos que o Município tome as rédeas.

Sua candidatura está consolidada ou existe possibilidade de composição?

O PSC garantiu minha candidatura como cabeça de chapa. Esse foi o acordo. Eu só viria desse jeito. Se alguém quiser ser vice, tem espaço aqui.

Quantos vereadores o PSC quer eleger?

Vamos eleger três cadeiras do PSC. Teremos dois vereadores de mandato: Pastor Ailton e Basílio da Saúde. Quélcia já foi informada de que não ficará no partido.

Redação Jornal Tempo Novo

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