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Dengue cresce ainda mais e Serra corre risco de epidemia

Agentes de saúde estão fazendo campanha nas ruas da cidade, além de participarem de ações para combater o mosquito Aedes aegypti. Foto: Gabriel Almeida

Com mais de seis mil casos de dengue e três mortes, o município da Serra continua com risco de uma epidemia da doença na cidade. A afirmação é do diretor do Centro de Vigilância Ambiental em Saúde, Gilberto Mário dos Santos, que conversou com o Tempo Novo e explicou que a circulação do tipo 2 da dengue, que é considerado o mais grave, é uma das causas do aumento tão violento nos casos.

A Serra está entre as nove cidades do Espírito Santo com alta incidência acumulada das quatro últimas semanas epidemiológicas. Além disso, o município é o único da Grande Vitória a aparecer nesse ranking. Dados da Secretaria Municipal de Saúde divulgados na tarde da última quinta-feira (25) mostram que o aumento dos casos, em comparação ao mesmo período do ano passado, é de 1.813%. Este ano já foram 6.391, enquanto no ano passado eram apenas 334.

De acordo com Gilberto, a dengue tem quatro variações de sorotipo e o tipo 2 não era visto no estado havia mais de 10 anos. Como a população não estava tendo contato com o vírus, ela ficou mais suscetível para contrair a doença. “As chuvas que tivemos e a chegada do tipo 2 da dengue são alguns dos motivos para este aumento nos casos da doença. Esse é o tipo mais grave da doença e o que causa mais complicações, mas não era visto no estado havia muito tempo. Com isso, muitas pessoas estão tendo contato com o vírus pela primeira vez”, explica.

Gilberto acrescenta que o município segue com o risco de uma epidemia. “A Serra ainda está em alerta máximo. Essa fase de alerta antecede uma epidemia ou surto; então, estamos trabalhando para combater o avanço da doença. O combate ao mosquito transmissor foi intensificado desde dezembro, quando percebemos através das nossas armadilhas a presença do tipo 2. Se não tivéssemos feito isso, a situação estaria muito pior”, disse.

No final de março, o Tempo Novo noticiou que a Serra estava à beira de uma epidemia. A afirmação, na ocasião,foi dada pelo subsecretário de Saúde, Aldo Lugão. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, agentes têm atuado até nos finais de semana. Entre as atividades de combate ao Aedes aegypti estão a passagem dos carros fumacê, visita em domicílios e a ferros-velhos, floriculturas, borracharias e terrenos baldios, além de ações de educação.

Também disse que foram ampliados os pontos de hidratação e coleta de exames e que há distribuição de repelentes para a população nas unidades básicas de saúde da cidade.

Saúde do Estado diz que não sabe o porquê do aumento

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) não soube explicar o porquê da explosão nos casos de dengue não só na Serra, mas em todo o Espírito Santo. O último boletim divulgado pela Sesa mostra que foram notificados 22.677 casos da doença em todo o estado. Na tarde de ontem, a assessoria da pasta disse que a Secretaria não sabe o motivo do aumento e ainda sugeriu à reportagem que pedisse explicação à Prefeitura da Serra acerca das razões do exponencial crescimento da doença na cidade.

Para a professora do Departamento de Clínica Médica da UFES, Tânia Reuter Motta, disse que a causa para o aumento nos casos de dengue é o atraso das chuvas, que só chegaram agora. “O atraso nas chuvas acabaram causando esse aumento. Eu acredito nisso, ainda mais que agora está chovendo bastante. A situação da Serra é alarmante, mas tem municípios do Espírito Santo que estão bem piores”, disse.

Apesar do cenário, Tânia não acredita que haverá epidemia em nível estadual. Mesmo assim, a professora ressalta que a população precisa ajudar. “Precisamos combater a dengue juntos. Em todo o Brasil, os maiores focos de dengue ficam nas residências”, observa.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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