A Serra está enfrentando uma epidemia de dengue. O município confirma, em média, 72 pessoas infectadas pela doença por dia, e só em 2019 foram mais de 12.390 casos. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (Sesa), que diz que está lutando para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença e também da zika e chikungunya. Entre as cidades da Grande Vitória, a Serra é a que mais tem casos de dengue confirmados.
Para se ter uma ideia, até junho do ano passado, tinham sido registrados 524 casos e, em 2019, no mesmo período, já foram 12.391. O aumento é assustador: quase 2.770%. Vale destacar que,neste ano, seis pessoas morreram pela doença no município. Zika e chikungunya não tiveram nenhuma morte registrada, sendo confirmados, respectivamente, 73 e 28 casos na cidade.
O subsecretário de Saúde do município, Aldo Lugão, confirmou que a cidade está passando por uma epidemia. “Se fizermos uma análise fria dos números de dengue, podemos classificar o município com alerta máximo para epidemia; mas quando você coloca a extensão do problema, que abrange vários municípios e estados, então a gente pode afirmar que é uma epidemia. Mas a expectativa para os próximos meses é de declínio nos casos”, avalia.
Para Aldo, o aumento grande nos casos é uma situação atípica. “Nós tivemos uma situação bem atípica esse ano. Os números muito elevados são por causa da recirculação do sorotipo dois e a população ainda não havia tido contato com esse vírus, as pessoas não estavam imunizadas. Também tivemos o verão muito prolongado, chuvas fortes e, depois, períodos quentes; isso ajudou na proliferação do mosquito”, explica.
A Prefeitura da Serra informou, por meio de nota, que continua intensificando o combate ao mosquito. Entre as atividades de combate ao Aedes aegypti estão a passagem dos carros fumacê, visita em domicílios e a ferros-velhos, floriculturas, borracharias e terrenos baldios, além de ações de educação. Desde a última terça-feira (25), a prefeitura está realizando a Semana de Combate à dengue em Nova Almeida, onde acontecem ações educativas.
Governo Bolsonaro ainda não enviou inseticida
Mesmo com o aumento nos casos, o município segue sem receber do Ministério da Saúde o inseticida malathion, usado para combater o mosquito transmissor através de pulverização com bombas costais. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesa) confirmou que fez a solicitação de reposição do malathion, mas o pedido foi ignorado e, desde abril, não houve abastecimento de estoque.
De acordo com o subsecretário, o município está focando em outras formas de combate. “A gente teve que lançar mão de alternativas. Intensificamos o combate à larva do mosquito e a conscientização das pessoas, pois os maiores números de foco estão nas casas. Continuamos com o fumacê, apesar não ter a mesma efetividade da aplicação do malathion com bombas costais”, pondera.
Lugão destacou, ainda, que a Prefeitura já comprou outro tipo de inseticida para aplicar com bombas costais em valões, ferros-velhos, lixões e terrenos baldios.