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Depois da covid, pó no ar é a maior ameaça à saúde humana

Imagem feita em 2015 de família exposta à poeira no bairro Cidade Continental e que enfrentava problemas respiratórios. Foto: Arquivo TN

O pó no ar, também chamado de poeira ou material particulado, é a principal ameaça à saúde humana. Só perde no momento para a covid-19, mas deve voltar ao 1º lugar quando a pandemia estiver sob controle. É o que conclui a edição mais recente do relatório Air Quality Life Index (AQLI), elaborado pelo Energy Policy Institute, da Universidade de Chicago, dos Estados Unidos.

Segundo o relatório, o pó gera ou agrava problemas respiratórios e cardiovasculares, sendo o responsável pela redução em 1,9 ano da expectativa média de vida no planeta. Número maior do que outros males como o tabagismo (1,8 ano), vício em álcool e outras drogas (11 meses), ausência de saneamento básico e água adequada para consumo (seis meses), acidentes de trânsito(5 meses), HIV(quatro meses), guerras e terrorismo (23 dias).

A notícia não é nada boa para os moradores da Serra e cidades vizinhas que ficam no coração da Grande Vitória. É que além da poluição do ar típica de grandes centros urbanos oriunda do tráfego de veículos, construção civil, dentre outras fontes, boa parte da região metropolitana capixaba está exposta à poluição – dentre eles o famoso pó preto – da siderurgia do Complexo de Tubarão (Vale e ArcelorMittal).

O relatório da universidade norte americana acrescenta que 79% da população mundial vive em áreas onde a concentração de poeira excede o limite de segurança estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 10 µg/m³ (micrograma por metro cúbico) de material particulado.

Na Grande Vitória não é incomum o índice de poeira ultrapassar o limite da OMS. Em 2019, por exemplo, as máximas médias das concentrações de materiais particulados de maior tamanho – o chamado MP10, foram mais elevadas do que o recomendado pela OMS em Vila Velha (Ibes), Vitória (Centro e Enseada do Suá) e Serra (Laranjeiras).

Em 2018, também na Serra, a concentração foi mais alta do que o estabelecido pelo OMS em Laranjeiras, Carapina e Cidade Continental. Esses dados são do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), que é o responsável pelo monitoramento da qualidade do ar da Grande Vitória. Ar que inclusive ficou mais poluído por poeira entre 2018 e 2019 conforme dados apurados pelo Iema.  

Redação Jornal Tempo Novo

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