Gabriel Almeida / Ana Paula Bonelli
Depois de oito dias vivendo em situação precária em barracas improvisadas com lona na Avenida Brasil em Novo Horizonte, 27 famílias tiveram o pedido atendido: conseguiram o esperado aluguel social. Os moradores, com 51 crianças e duas mulheres grávidas, foram viver no espaço improvisado depois de uma ação de desocupação irregular numa Área de Preservação Ambiental (Apa) feita pela Prefeitura da Serra.
As famíliasantes viviam em uma área de ocupação irregular no final da rua Cisne, também em Novo Horizonte e tiveram que sobreviver por oito dias expostos a chuva e a sol na calçada. Quem conta isso é uma das representantes das famílias,Elaine Gomes Dias. “Pagávamos aluguel, muitos hoje ficaram desempregados e acabamos ocupando aquele espaço. Infelizmente foi o que deu para fazer. Tenho dois filhos e tive que tomar essa decisão de ir morar em uma situação precária na calçada por não ter para onde ir”, conta.
Elaine ainda disse que logo quando as famílias foram retiradas das casas, a prefeitura não tinha dado nenhuma satisfação sobre o que iria fazer para os moradores. “Demorou, tivemos que ficar sem teto e dormindo na rua por cerca de oito dias, mas no final a prefeitura resolveu nos atender e pagar o aluguel social”, explica.
A manicure Ester dos Santos de Lima era uma das moradoras que tiveram que ir com seus filhos para a calçada. Autônoma, ela e suas três filhas tiveram que ir para as barracas. “Com o que eu ganho não consigo sustentar meus filhos e pagar um aluguel. O que fizeram com a gente foi de uma covardia muito grande. Mas agora a prefeitura já deu os papéis para todas as famílias. As que ainda não estão em uma casa, foi porque ainda não encontraram”, afirma.
Entenda o caso
A ação de desocupação aconteceu no último dia 07. Na ocasião, a Prefeitura da Serra derrubou dezenas de casas e todas as famílias ficaram desabrigadas. Na quinta-feira (09), as famílias então resolveram fazer suas barracas em uma calçada na Avenida Brasil, em Novo Horizonte.
A Prefeitura da Serra explicou que o município segue determinação do Ministério Público e da Justiça e as famílias moravam em uma área de proteção ambiental, por isso houve a desocupação. Disse ainda que a Secretaria de Assistência Social da Serra concedeu auxilio emergencial para 32 famílias, por seis meses, podendo ser prorrogado por igual período.