Estádios e arenas esportivas com capacidade para 15 mil pessoas e acima podem receber uma sala sensorial adaptada para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), portadores de síndrome de Down, entre outros, que se assustam e têm dificuldade de permanecer em locais com sons e agitação de pessoas. É o que propõe o deputado estadual Fabricio Gandini (Cidadania).
Segundo Gandini, o projeto objetiva separar espaços, como uma sala, na qual se daria para presenciar o evento esportivo através de paredes de vidro, com iluminação controlada, piso tátil, área recreativa, agentes para auxiliar e som reduzido.
Ele reforça que autistas possuem maior propensão à hipersensibilidade sensorial a estímulos do ambiente e sofrem com os barulhos e ruídos, provocando uma sobrecarga dos sentidos, causando desconfortos, pânico e até comportamentos agressivos.
“Daí a importância de uma sala adaptada, com um sistema antirruído, para diminuir o barulho do estádio, já que isso pode incomodar estes torcedores. A iluminação do ambiente seria feita por meio de luz indireta, e o mobiliário também é pensado de forma adaptada, para garantir maior comodidade para torcedores, com fones abafadores de som e brinquedos para as crianças que utilizarem o local”, detalhou.
Sobre o valor do ingresso, o parlamentar ressalta que seria em igualdade de preço ao ordinariamente praticado, e que os beneficiários poderão se fazer acompanhar por suas famílias, sendo até três pessoas e uma delas a que possui a gratuidade. Ao todo, cada sala sensorial teria até 50 pessoas.
O deputado lembra, ainda, que essas pessoas deverão receber ingressos diferenciados daqueles disponibilizados ao público em geral, e que a entrega desses, como também a organização dos espaços, serão de responsabilidade do clube, no caso de jogos de futebol, ou da produtora responsável, no caso de outros eventos.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) 70 milhões de pessoas em todo o mundo apresentem alguma das formas de autismo. No Brasil há 2 milhões de pessoas com o transtorno.
“Por isso, é fundamental promover a inclusão dos autistas e portadores de Síndrome de Down, garantir a acessibilidade e fortalecer o vínculo com a comunidade, além de estimular a prática esportiva e de lazer”, discursou Gandini.