Em 2020 partidos políticos podem ter R$ 3.8 bilhões para gastar nas campanhas eleitorais. Isso porque, foi aprovado na Comissão Mista um relatório que prevê o aumento desse recurso – que anteriormente era de R$ 1.7 bilhão. Este aumento pode impactar áreas importantes já que terá que ser feito remanejamento orçamentário, a Saúde, por exemplo, pode perder R$ 500 milhões para o Fundo Eleitoral.
Deputados capixabas já se pronunciaram a respeito do tema, no entanto, todos ele que dizem ser contra o aumento, registram um histórico de utilização do dinheiro oriundo dos Fundos Eleitoral e Partidário em suas campanhas eleitorais de 2018.
Por isso o TEMPO NOVO preparou uma lista do posicionamento de cada deputado a respeito do tema, e também confrontando com os dados da campanha de 2018 publicados pela Justiça Eleitoral. A reportagem começou pelo ex-prefeito e deputado Sérgio Vidigal (PDT), pelo fato de ter domicílio eleitoral na Serra, que é a proposta editorial do TN. E seguimos a lista por ordem alfabética:
Vidigal – contra – em 2018 recebeu R$ 875 mil
Por meio de suas redes sociais, o deputado Sérgio Vidigal (PDT) se posicionou contra o aumento. “Em tempos de falta de recursos para áreas como saúde, infraestrutura e educação, não podemos aportar mais recursos para financiar campanhas. Precisamos sim, voltar a discutir novas formas de financiamento, mas não podemos aumentar o valor do fundo”, disse.
Em 2018, Vidigal apresentou receitas no valor de R$ 903.588,57, das quais 97,66% foram oriundos dos Fundos Eleitoral e Partidário. Ou seja, algo em torno de R$ 875 mil. Somente de doação do PDT, partido do qual preside a nível estadual, houve transferências de recursos no valor de R$ 700 mil.
Amaro Neto – indeciso – em 2018 recebeu R$ 1.36 milhão
O deputado federal Amaro Neto (Republicanos) ainda não se posicionou objetivamente a respeito do assunto. Disse que vai aguardar novas informações para tomar uma decisão. Em 2018, ele foi o candidato a federal com o maior número de votos: 181 mil. Amaro declarou receita de R$1.451.448,00, dos quais 94% vieram dos Fundos Eleitoral e Partidário por meio da Direção Nacional do Republicanos, na época PRB
Da Vitória – contra – em 2018 recebeu R$ 600 mil
Josias Da Vitória (Cidadania) se disse contra o aumento. Em suas redes sociais ele declarou: “o recurso público tem que ser investido em saúde, educação, segurança pública, agricultura. E não em campanha eleitoral. Voto contra o aumento do Fundo Eleitoral” No entanto, na companha de 2018, o parlamentar declarou de R$ 714.237,13. Desse valor, 88.58% são oriundos dos Fundos. Somente a direção nacional do PPS (atual Cidadania), repassou R$ 584 mil.
Evair de Melo – não declarou voto – em 2018 recebeu R$ 1 milhão
O deputado Evair de Melo (PP) ainda não declarou como irá votar, caso o aumento chegue no plenário da Câmara Federal. Em 2018 ele teve receita de R$1.145.012,38 dos quais 92% foram dos Fundos Eleitoral e Partidário. Os diretórios nacional e estadual do PP repassaram ao deputado mais de R$ 1 milhão para fazer campanha.
Felipe Rigoni – contra – em 2018 recebeu R$ 150 mil
Em nota publicada em suas redes sociais, o deputado Felipe Rigoni (PSB) afirmou ser contra o aumento. Em 2018, ano que se elegeu deputado, Rigoni declarou receitas de R$ 912 mil, dos quais 18% foram do Fundo Eleitoral.
Helder Salomão – contra – em 2018 recebeu R$ 900 mil
Helder Salomão (PT) disse ser contra e defendeu campanhas mais baratas. Em 2018 ele foi o 4º mais votado com 73 mil votos. Ele declarou receita de R$919.049,77. Desse valor 99% foi repassado pelo PT por meio do Fundo Eleitoral.
Lauriete Rodrigues – não declarou voto – em 2018 recebeu R$ 2,3 milhões
A deputada Lauriete Rodrigues (PL) não declarou como irá votar. Em 2018 ela foi à campeã de repasses de recursos dos Fundos para a campanha de deputado. Ela declarou receita de R$2.312.720,00 , dos quais R$ 2.3 milhões vieram da direção nacional do PL.
Norma Ayub – não declarou voto – em 2018 recebeu R$1.65 milhão
Assim como Laurite, a deputada Norma Ayub (DEM) não declarou voto. Ela também recebeu grandes fatias dos Fundos. Norma declarou R$ 1.68 milhão, sendo que R$ 1.65 milhão vieram dos dois Fundos por meio de repassasses de seu partido, o Democratas.
Soraya Manato – contra – em 2018 recebeu R$ 295 mil
A deputada federal Soraya Manato (PSL) se posicionou contra o aumento. “Somos governo Bolsonaro e somos contra o aumento do fundo eleitoral”, disse por meio de suas redes sociais. Em 2018 ela recebeu R$ 295 mil dos Fundos, que foi 100% da receita total declarada para a campanha eleitoral.
Ted Conti – contra – em 2018 recebeu R$ 97 mil
Ted Conti (PSB) que entrou na vaga de Paulo Foletto (PSB – atual secretário de estado) disse que é contra a medida. Entre os deputados eleitos, ele teve a campanha mais enxuta de acordo com dados da Justiça Eleitoral. “Acho que os recursos devem deve ser investidos em áreas como saúde e educação, e não nos partidos”. Em 2018 ele declarou receita de R$ 97 mil. Desse valor, R$ 90 mil vieram dos Fundos com repasses do partido e doação da campanha de Renato Casagrande (PSB).