Deputados vão debater prós e contras do engordamento das praias

Na próxima sexta-feira (21) às 14h, a Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) fará reunião para discutir o engordamento das praias da Grande Vitória.

Por conta da pandemia, o evento será on line e poderá ser assistido pelo canal da Ales no YouTube. Segundo a assessoria do presidente da Comissão, deputado Rafael Favatto (Cidadania), a Prefeitura de Vitória está convidada a participar. A capital realizou recentemente engorda de suas praias.

A assessoria disse, no início da tarde desta segunda-feira (17), que não havia até aquele momento previsão de convidar a Prefeitura da Serra. A cidade está, neste momento, fazendo engorda da Praia de Manguinhos. A assessoria de Favatto não soube explicar porque representantes da administração serrana também não foram chamados.

Segundo publicação no site Ales, o objetivo da reunião é apresentar os pontos positivos e negativos do engordamento, que na prática é ampliar, artificialmente, a faixa de areia da praia.

Para isso é retirada areia ou do fundo do mar ou de outro trecho do litoral onde haja abundância de areia e levá-la até o trecho que se deseja fazer o engordamento. A medida visa retardar a erosão marinha e evitar prejuízos às edificações e equipamentos públicos instalados nas orlas.

Neste momento a praia de Manguinhos está passando por engordamento. O serviço é de responsabilidade da prefeitura da Serra e a execução está sendo feita pela empreiteira Rocco.

O contrato, de R$ 1,4 milhão, inclui também o engordamento da praia da Curva da Baleia. A areia está sendo retirada da foz do rio Jacaraípe. Saiba mais.

A Prefeitura da Serra também pretende engordar outros trechos de praia em Jacaraípe, Costa Bela e Nova Almeida. Mas ainda não tem previsão de iniciar o serviço nesses outros balneários.

O engordamento é aguardado pelos que estão com seu patrimônio ameaçado pelo avanço do mar. Mas também tem sido alvo de questionamentos por aqueles que temem os impactos ambientais, como o soterramento das pedras que aparecem expostas na maré baixa em diversos pontos do litoral da cidade.

Essas pedras, chamadas de concreções lateríticas, abrigam diversas espécies de seres vivos marinhos e são pontos de alimentação de tartarugas, por exemplo. Há ainda o temor com o impacto sobre as ondas, sobretudo em Jacaraípe, balneário famoso pelo surf e que tem parte de sua economia ligada à atividade.

Curva da Jurema e Camburi

No primeiro semestre, a Prefeitura da Vitória fez o engordamento de trechos da praias de Camburi e Curva da Jurema, ao custo de mais de R$ 16 milhões. As obras foram alvo de questionamento de ativistas que reclamaram da ausência de audiência pública durante o licenciamento ambiental.

Houveram também questionamentos por conta do uso de areia do fundo baía de Vitória (o material foi retirado entre a 3ª Ponte  e a Ilha do Boi), que é poluída. Após as obras surgiram milhares de poliquetas, um tipo de verme marinho, na praia de Camburi. E, na Curva da Jurema, ativistas apontam que parte da areia usada no engordamento já foi levada pelo mar.

Não foi a primeira vez que a prefeitura da capital teve de fazer engordamento nas duas praias, que sofrem com o avanço do mar.