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Derramamento de óleo atinge córrego que forma lagoa Juara

Barreira de contenção colocada pelo Meio Ambiente da Prefeitura a cerca de 500 metros de onde o córrego cai na lagoa Juara. Foto: Divulgação/Claudiney Rocha

Jacaraípe está sendo palco de um crime ambiental neste final de semana. Foi lançado óleo no Córrego das Laranjeiras, curso d’água que nasce nas áreas rurais vizinhas ao conjunto Magistrado e atravessa os bairros Das Laranjeiras e Lagoa antes de desaguar na lagoa Juara.

Ativista que mora na região e presidente do Instituto Brasileiro de Fauna e Flora (Ibraff), Claudiney Rocha, disse que ficou sabendo do derramamento no sábado (13). Logo que soube, foi acompanhar os trabalhos de contenção e retirada do material pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Serra(Semma). De acordo com Claudiney, pelo cheiro, acredita-se que seja óleo mineral.

“O pessoal da Semma disse que o vazamento deve ter ocorrido ainda na sexta-feira (12). Eles colocaram boias de contenção em dois pontos no córrego, a mais de 500 metros da foz na lagoa Juara. E ontem(13) retiraram de óleo no córrego o equivalente a carga de três caminhões limpa fossa. Hoje (14) ficaram de voltar e continuar a retirada”, disse Claudiney.

Ativista e morador da região, Claudiney Rocha esteve na tarde de ontem (13) e na manhã de hoje (14) na área atingida. Foto: Divulgação

Por volta das 8h e 20 deste domingo, o ativista já estava na ponte sobre o córrego, a última antes da foz na lagoa Juara, verificando o cenário. Foi quando disse ter avistado mais óleo. “As barreiras de contenção ficam depois da ponte e ontem (13)já não tinha mais óleo aqui. Agora tem óleo”, disse.

Não se sabe se houve mais derramamento ou se o material está chegando aos poucos, visto que o córrego flui de maneira lenta por conta do relevo da região ser de baixadas e a vazão estar reduzida por conta do tempo seco.

Após passar atravessar Magistrado e os bairros das Laranjeiras e Lagoa, o córrego deságua na lagoa Juara. Foto: Divulgação/Claudiney Rocha

O ativista acredita que o material não tenha chegado à lagoa Juara. Segundo ele, por conta das boias de contenção e também pelo fato do trecho final do curso do riacho ser coberto por gigogas, tipo de planta aquática que cresce desordenadamente em águas com forte concentração de esgoto. Este é o caso do Córrego das Laranjeiras, que desde que a expansão urbana explodiu na Grande Jacaraípe, na virada das décadas de 1980 e 1990, foi paulatinamente ficando mais poluído e hoje tem aspecto de valão.

Mas apesar de toda a degradação, no trecho próximo à lagoa Juara o córrego ainda é refúgio da vida silvestre. De acordo com Claudiney, há peixes que sobrevivem nas águas poluídas e bem como pássaros nativos como garça, jaçanã, frango d’água e biguá.

“Por isso o pessoal do Ipram (Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos) também está acompanhando no local os desdobramentos desse derramamento”, disse Claudiney. Contudo, o ambientalista disse não saber se houve mortandade de peixes nem se apareceram outros animais sujos de óleo.

Autoria ainda desconhecida     

De acordo com Claudiney, até a manhã deste domingo (14), ainda não havia informações sobre a autoria do crime ambiental. “Pelo que sei, o caso está sob investigação”, afirmou.

Através de nota, a Semma informou que fiscalização ambiental do município recebeu a denúncia na última sexta-feira (12) e, desde então, tem atuado junto à Polícia Ambiental no local. Confirmou a instalação das barreiras para evitar que a substância oleosa avance em direção à Lagoa Juara. Disse ainda que foram coletados cerca de dois caminhões do material, que está sendo encaminhado ao aterro licenciado.

A Semma não deu informações sobre o a investigação da autoria do crime ambiental.

Praia       

Vale lembrar que as águas do Córrego das Laranjeiras caem na lagoa Juara à direita da Praça da Tilápia, no bairro Lagoa. Dali, ajudam a formar o rio Jacaraípe, que após percorrer cerca de 10 km deságua na praia em frente à Praça Encontro das Águas.

Redação Jornal Tempo Novo

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