O eleito para comandar a Serra nos próximos quatro anos (2017 a 2020) terá um imenso desafio pela frente. O município vê sua arrecadação estagnar enquanto a demanda por serviços e infraestrutura só cresce. Isso numa conjuntura adversa, não só pela crise econômica e política nacional, mas pela queda do ritmo de crescimento da China, que está importando menos minério de ferro e aço.
Soma-se a isto a paralisação da Samarco: cerca de R$ 300 milhões vão deixar de circular na economia da Serra com a suspensão dos contratos de fornecedoras e prestadoras de serviço que atendem as atividades da mineradora em Anchieta. Mesmo que a Samarco volte a operar, os prejuízos são certos, já que a perspectiva de retomada da produção da empresa é só para o final do ano.
Outro golpe duro é ida do centro de distribuição da Petrobras às atividades de extração de petróleo no mar do TIMS para Macaé, no Rio. E ainda o estouro da bolha imobiliária, onde muitos compradores de apartamentos e salas comerciais lançadas ao atacado na última década se veem obrigados a devolver os imóveis.
No início da década de 1980, cem mil pessoas moravam na Serra. A cidade era menor que Vila Velha, Cariacica e Vitória. Hoje são quase meio milhão de moradores e a Serra já é a mais populosa cidade do ES. E se tornou a mais industrializada. Passou a ser tratada como a locomotiva econômica do ES até pela soberba elite política de Vitória.
A máquina púbica cresceu. A demanda por saúde, educação, moradia, saneamento, mobilidade e segurança, também. A Serra se tornou um dos lugares mais violentos do mundo e assim permanece. Vai ser preciso muita habilidade e criatividade do próximo gestor ou do atual prefeito Audifax Barcelos (Rede), caso reeleito, para atrair novos investimentos privados e públicos que retomem o ciclo de prosperidade dos últimos anos e possam ajudar a reduzir os graves problemas sociais.