O desmatamento da mata Atlântica no Espírito Santo saltou 280 % entre 2017 e 2018. É o que aponta um estudo da Ong SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgado no último dia 23 de maio.
Segundo o estudo, foram destruídos 19 hectares (ha) de floresta no biênio 2017/2018 contra 5 ha entre 2016 e 2017. No entanto, mesmo com o salto percentual, o estado permanece entre os estados que menos destruíram a mata Atlântica no país no último biênio, só perdendo para Rio de Janeiro (18 ha), Rio Grande do Norte (13 ha), Alagoas (8 ha) e Ceará (7 ha). Cada hectare representa, aproximadamente, o tamanho de 1,3 campo de futebol, de acordo com a assessoria de imprensa da SOS Mata Atlântica.
Ainda de acordo com a Ong, os 19 ha desmatados no Espírito Santo colocam o estado como um dos que estão no grupo do “desmatamento zero”, que são aqueles onde o corte da floresta não ultrapassa 100 hectares (1 km²) por ano.
A assessoria de imprensa da entidade destaca, ainda, que não é possível saber quanto a Serra contribui para o crescimento do desmatamento do estado no último biênio, pois ainda está sendo finalizado estudo por município. Até 2017, a cidade possuía 7.048 hectares de mata Atlântica, o que representa 12,78% da área que originalmente a floresta ocupava no município.
A boa notícia é que, nos últimos anos, foi notada uma curva de declínio do desmatamento na Serra. Enquanto em 2005 a cidade perdeu 35 ha de floresta, em 2010 esse número já era inferior a 5 ha. E de 2015 a 2017, não foi notado desmatamento no município pelas ferramentas de observação da SOS Mata Atlântica.
A reportagem procurou o secretário de Meio Ambiente do Espírito Santo, Fabrício Hérick Machado, para comentar os números. Entretanto, não obteve retorno da assessoria de imprensa do secretário até o encerramento desta edição.
Ao todo, o estado possuía até o ano passado 483.087 ha de mata Atlântica, o que representava 10,5% da cobertura original da floresta em território capixaba, conforme os dados da Ong.