Bruno Lyra
Para um estado que vive a pior seca já registrada e que possui apenas 10,5 % do que restou da mata Atlântica, ter aumento expressivo no desmatamento é uma péssima notícia. Pois é justamente o caso do Espírito Santo, que entre 2014 e 2015, perdeu 153 hectares de florestas, o que equivalente a 153 campos oficiais de futebol.
E o pior: o crescimento foi de 673% se comparado ao período anterior, 2013-2014, onde 20 hectares da vegetação foram derrubados no estado. Dos 19 estados onde existe mata Atlântica, o Espírito Santo ficou com o 2º lugar na taxa de crescimento da devastação, atrás apenas de Sergipe, onde o desmatamento cresceu impressionantes 3.520%.
Os números são da Fundação SOS Mata Atlântica, ONG que monitora e divulga anualmente a evolução da destruição do ecossistema que originalmente cobria grande parte do litoral e trechos do interior do Brasil entre os estados do Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, incluindo 100% do território capixaba. E foram divulgados no final de maio.
Outro dado que chama atenção no estudo é que a evolução da derrubada da floresta em todo país foi bem modesta do que no ES: crescimento de 1% entre 2014 e 2015, com 18, 4 mil hectares derrubados. Em números absolutos, Minas Gerais foi o grande campeão do período, com 7,7 mil hectares de devastação; seguido pela Bahia, com 3,9 mil hectares.
Estado não reconhece a devastação
O secretário estadual de Meio Ambiente, Aladim Cerqueira, disse que não conhece o estudo nem sabe quais são essas áreas devastadas. “Há outro estudo do Governo do Estado, a partir de sobrevoos, que mostra a mata Atlântica em 2008 e em 2014. Nós vamos dar a resposta em cima disso, quando ficar pronto”, resume.