O prefeito da Serra, Sergio Vidigal, se reuniu com o Secretário Estadual de Saúde, Nésio Fernandes, na manhã desta segunda-feira (19). A pauta do encontro foi a transferência do Hospital Materno-Infantil para a prefeitura. Os dois conversaram sobre a retomada e definiram os próximos passos da negociação, que inclui uma visita para ver as instalações do Hospital.
O chefe do Executivo municipal disse ainda que o Materno Infantil servirá para atender exclusivamente os moradores da Serra.
O Hospital ainda é responsabilidade do Governo do Estado e está sendo usado para atendimento de pacientes vítimas da covid-19. De acordo com Vidigal, a municipalização do Materno Infantil está sendo feita de forma pactuada com o Estado, sem imposição de nenhum dos lados.
Ao TEMPO NOVO ele detalhou como pretende arcar com os custos de operação da estrutura. “O que o Governo do Estado entendeu é que uma cidade do tamanho da Serra precisa ter sua estrutura própria para poder atender sua população. Até porque a Serra tem a maior rede de atenção primária no estado. Então vamos ter garantia de que todos aqueles que entrarem na rede ambulatorial terão a proteção da rede hospitalar”, disse o prefeito.
Vidigal explicou ainda que as gestantes de risco alto da Serra que hoje são atendidas no Hospital Jayme Santos Neves, passarão a ser atendidas pela Prefeitura da Serra e para ajudar, o Estado vai repassar os recursos referentes ao atendimento dessas pacientes que muitas vezes precisam de UTI Infantil.
“Hoje fazemos 200 partos na Maternidade Carapina, com a municipalização do Hospital Materno Infantil passaremos a ter condição de fazer 600 partos por mês. Vamos garantir que todas as gestantes que passarem pela nossa rede de saúde irão conseguir ter seu filho numa maternidade humanizada dentro do nosso município”, completou.
Vidigal detalhou que a ideia é centralizar no Materno Infantil todo o atendimento pediátrico, que hoje é feito nas três UPA’s (Serra Sede, Carapina e Castelândia). Essa mudança vai permitir que a Prefeitura tenha estrutura para garantir as cirurgias eletivas nas Unidades de Pronto Atendimento. Além disso, com a ampliação dos leitos para atender a demanda da maternidade o município poderá aumentar o repasse feito pelo Ministério da Saúde (MS) por meio da tabela do SUS.
“O MS remunera de acordo com o quantitativo que se atende. Hoje só temos capacidade de 200 partos e com isso parte da demanda acaba sendo atendida pelas maternidades do entorno. Não ficamos com esse teto de recursos porque não temos capacidade, com essa ampliação vamos receber um repasse maior e seremos ressarcidos, pois vamos atender a demanda do Sistema Único de Saúde. Para você ter ideia, dos 49 municípios brasileiros de mais de 500 mil habitantes, 47 deles já fazem contrato diretamente com o MS através dos seus equipamentos hospitalares”, explicou Sérgio Vidigal.
Por fim, o prefeito confirmou a desativação da Maternidade de Carapina e a transferência dos recursos em direção ao Hospital Materno Infantil.
“Em Carapina, fazemos 200 partos e gastamos R$ 2,5 milhões; vamos trazer esses recursos para o HMI; vamos ampliar a oferta de atendimento, isso vai permitir uma ampliação de receita baseado na tabela do SUS, e vamos receber o auxílio do Governo do Estado já que vamos atender uma parte da demanda da gravidez de risco alto que hoje é de responsabilidade do Governo do Estado. O bom disso tudo é que não vamos criar despesa nova, e a outra grande vantagem, é que o Hospital servirá para atender exclusivamente os moradores da Serra”, finalizou.