Adotado em 1977 pelas Nações Unidas para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres, o Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, deveria ser o momento ideal para nos levar a uma reflexão acerca do desrespeito ao público feminino na sociedade. Verdade seja dita, muitas conquistas já foram alcançadas.
No entanto, muitas vidas foram ceifadas, a exemplo das mais de uma centena de trabalhadoras da Triangle Shirtwaist, indústria têxtil na periferia de Nova Iorque, em 1911. Trazendo para os dias atuais, a luta continua! E a falta de respeito também. Na política, por exigência da lei eleitoral, geralmente são buscadas pelos partidos para completar a chapa de candidatos.
Ao final abandonadas à própria sorte, o mapa das eleições expõe a desigualdade e várias delas aparecem entre as menos votadas. Vale destacar: dentre os 23 vereadores da Serra apenas uma mulher. “Mas é a presidente!” gritariam aqueles a quem os dados cruéis possam não interessar. No mercado de trabalho, outro quadro triste e acintoso.
Mesmo executando tarefas iguais e em posição de igual relevância a mulher recebe, em média, salário 30% menor do que o homem. Mas é no seio da sociedade que a tragédia se aprofunda. Os números da violência à mulher no ES nos assustam, ainda que tenhamos uma pequena queda a comemorar. Mais triste ainda é saber da contribuição negativa de nossa querida Serra.
Nem a recém-sancionada lei federal do Feminicídio (13.104/2015) foi capaz de frear a violência contra a mulher. Isso só vai acontecer quando a sociedade através da família entender a necessidade de uma mudança de postura e deixar de ver a mulher como simples objeto. Então, além dos votos de congratulações de sempre sugiro acrescentar o compromisso de cada um para diminuir os índices da desigualdade. Ai, sim, teremos condições de explodir de alegria e gritar uníssonos: Viva o Dia Internacional da Mulher!