Fortalecer o corredor ecológico entre a Reserva Biológica (Rebio) de Duas Bocas em Cariacica e a Área de Proteção Ambiental (Apa) do Mestre Álvaro, na Serra. Esta é uma das justificativas do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) para dividir o dinheiro da compensação ambiental da obra Contorno do Mestre Álvaro (novo trecho da BR 101) entre Serra e Cariacica.
A obra da futura estrada, prevista para começar ainda este mês, vai acontecer 100% em território da Serra. Serão cerca de 18 km entre a região do Jacuhy e o polo Serra Norte, após o posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), sentido Fundão. Os impactos ambientais mais expressivos serão sobre os terrenos alagados e alagáveis que ficam aos pés do Mestre Álvaro.
Segundo a assessoria de imprensa do Iema a compensação ambiental gerada pela obra será de R$ 1, 4 milhão. Destes, R$ 617,3 mil irá para Duas Bocas. O mesmo valor será direcionado para a Apa do Mestre Álvaro. Outra reserva localizada na Serra, a Apa do Vilante, na região da Sede, ficará com os R$ 200 mil restantes.
O órgão estadual é o responsável pelo licenciamento da obra, que será tocada também pelo Estado, mas com recursos da União. O custo estimado é de R$ 290 milhões. A assessoria de imprensa do Iema ressaltou que a divisão dos valores da compensação ambiental foi aprovada pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), que considerou o fato do Mestre Álvaro já ter recebido dinheiro de outras compensações ambientais (cerca de R$ 3,4 milhões) e que muitos animais silvestres transitam entre o morro, na Serra, e a reserva Duas Bocas em Cariacica, o que caracteriza corredor ecológico entre ambos.
Tanto que a pista do Contorno do Mestre Álvaro terá que ter 40 passagens para animais silvestres, entre vias por baixo e por cima da estrada. A assessoria do Iema ressaltou ainda que o dinheiro será depositado na conta dos gestores das reservas ambientais contempladas assim que o plano de utilização do mesmo for aprovado.