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Diretores de escolas da Serra pedem a Audifax que aulas presenciais só voltem em 2021

Alunos do CMEI Maria Amélia: indefinição sobre retorno das atividades presenciais para 67 mil estudantes da rede municipal de ensino. Foto: Arquivo/Prefeitura da Serra.

O Grupo de Trabalho “Educação Serra”, que dentre outros englobam diretores das escolas e creches, divulgou na última sexta-feira (03) carta aberta pedindo que o prefeito Audifax Barcelos (Rede) não autorize o retorno das aulas presenciais na rede municipal este ano. O motivo é o risco do aumento da contaminação pela covid-19. Já a Prefeitura ainda não definiu pelo retorno.

A carta é subscrita também por representantes do Conselho Municipal de Educação, Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), Estadual de Educação de Jovens de Adultos, Associação de Pais do Espírito Santo (ASSOPAES).

O documento pede também que as aulas presenciais só retornem em 2021 para que possa haver adequação dos prédios escolares para prevenção contra a pandemia. Propõe ainda que o município invista na aquisição e distribuição de equipamentos para que os estudantes de baixa renda possam fazer remotamente as atividades escolares. Quer ainda que a Prefeitura estabeleça atividades presenciais para os estudantes que ficaram defasados por não terem acesso a tecnologia para acompanhar as atividades remotas durante a pandemia.

Dentre os motivos listados pelo Grupo de Trabalho para o não retorno das aulas presenciais este ano, está o alto número de contaminações e mortes na Serra. Até esta segunda feira, a cidade era a terceira em números de casos totais – 16.246 – e a 2ª com maior número de mortes do ES, com 508. Os dados são da Painel Covid da Secretaria de Estado da Saúde.

Outro argumento do Grupo é a falta de espaço no interior das escolas e salas de aula para garantir o distanciamento físico. O Grupo também cita pesquisas feita junto às famílias das crianças, 78,9% se colocaram contra a volta as aulas na Educação Infantil (creches) e 86,2% contra o retorno no Ensino Fundamental  (1º ao 9º ano).

Acrescenta ainda que os professores e outros profissionais da rede de educação do município foram ouvidos em setembro e, em sua maioria, também se opuseram à volta às aulas presenciais agora.

Em nota divulgada nesta segunda-feira (05) a Prefeitura da Serra diz que ainda não há definição sobre o retorno. Veja a nota na íntegra:

“A decisão de retorno está sendo tomada a partir do diálogo com as autoridades municipais de saúde, os professores, as famílias dos estudantes e estudos técnicos. A Secretaria de Educação da Serra (Sedu) também está em diálogo com os municípios da Grande Vitória e acompanhando o cenário epidemiológico no estado”.

De acordo com a Prefeitura, a rede municipal de educação tem 67, 3 mil alunos. Destes, 21, 5 mil estão matriculados nos 72 CMEI´s (creches); 43 mil nas 67 escolas de Ensino Fundamental que funcionam no período diurno (matutino e vespertino);1,8 mil nas dez escolas que oferecem Educação de Jovens e Adultos. E, por fim, os 918 estudantes da única escola de tempo integral do município localizada em Vila Nova de Colares.

Estado e rede privada de ensino

O retorno as aulas presenciais a partir desta segunda-feira (05) nas escolas e creches públicas e privadas já está autorizado pelo Governo do ES, desde que o município onde se localizam esteja classificado como de baixo risco para a transmissão da covid-19, o que é o caso da grande maioria das cidades capixabas. Dentre elas, a Serra. Mas as instituições de ensino precisam adotar uma série de protocolos para evitar disseminação do novo coronavírus. Para as escolas privadas, a Justiça chegou a baixar liminar proibindo o retorno, após ação movida pelo Sindicato dos Professores daquelas instituições (Sinpro). Mas a liminar foi cassada no final da semana passada.

Já nas escolas públicas estaduais, o retorno está previsto para a próxima segunda –feira (14). Mesmo com a liberação do governo, vários municípios já adiantaram que não retomarão aulas presenciais este ano em suas respectivas redes de ensino. Dentre eles Cariacica, Colatina, Fundão e São Mateus.

Vale lembrar que o decreto estadual que liberou o retorno deu liberdade à família para decidir se o estudante vai às aulas presenciais ou permanece nas atividades remotas. Em suma, o aluno não está obrigado a ir para a escola.

Redação Jornal Tempo Novo

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