O avanço da pandemia da Covid-19 e das mortes gerou crescimento vertiginoso do número de sepultamentos nos cemitérios públicos da Serra. Segundo o Secretário de Serviços do município, Ênio Bergoli, nos últimos quinze dias a média de enterros saltou para 14 por dia somados os seis cemitérios administrados pela Prefeitura.
A informação foi passada por Ênio na tarde da última quarta-feira (07). De acordo com o secretário, nos primeiros meses de 2021, mesmo com a pandemia, a média se manteve em torno de sete sepultamentos.
“Nos últimos quinze dias, nós tivemos na semana passada um aumento que nos deixou muito preocupados. Começamos com 12, depois 13, 15 e teve dia com 16 enterros. Na média praticamente dobrou. Essa semana começou com pico mais alto, mas teve um dia com 08. E outro de 12. Mas estamos numa média móvel hoje com o dobro de sepultamento nas nossas unidades públicas” explica.
Ênio disse que o cenário é de “luz amarela”, mas descarta que possa haver colapso nos cemitérios. Pelo menos por enquanto. “Como a gente atende a demanda? Em parte com a abertura de novas covas, em parte com exumações. Uma vez a pessoa sepultada, você retira os ossos, vai para o ossário e abre uma vaga ali. A gente tem essa válvula de escape. Por enquanto não tem nada de alarmante. A gente está conseguindo dar conta dos sepultamentos”, frisa.
O secretário destacou ainda que diante da situação, a prefeitura mudou a regra para exumações, antecipando para três anos o tempo mínimo. Antes era de quatro anos. A mudança na regra foi aprovada na última quarta-feira (07) pela Câmara de Vereadores.
Questionado se há risco de colapso e o município ser obrigado a abrir valas comuns para enterrar vítimas da Covid-19, Ênio disse não acreditar nessa possibilidade. Ele ressalta que quando a média de enterros era de sete por dia, a prefeitura conseguia exumar nove corpos e destinar os restos mortais para os ossários. Então isso dava um superávit de duas vagas/dia, gerando um acúmulo de vagas.
“Temos plano A, plano B, plano C, temos áreas anexas de alguns cemitérios que já vistoriamos, mas acho que não vai ser necessário. Só com algumas exumações e aberturas de novas covas – nós temos estrutura de contrato que cada cova abrem três vagas, botando (o corpo) na vertical – a gente espera dar conta da demanda. E confiamos, obviamente, que estejamos no pico e que se comece a reduzir as contaminações e mortes”, conclui Bergoli.