Por Bruno Lyra
Há pelo menos dois anos a prefeitura da Serra diz estar estudando uma solução para impedir que carretas que transportam rochas ornamentais acima do peso passem pela estrada rural de Muribeca.
Tempo Novo voltou a mostrar o problema na semana passada. Em 2015 o jornal já havia feito matéria denunciando o uso da estrada pelo setor de mármore e granito, onde os veículos com excesso de peso usam a rota para fugir da balança na BR 101 que fica em frente ao posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no bairro Belvedere.
Soa estranho a prefeitura demorar tanto tempo para agir, haja vista que a colocação de barreiras físicas (gelo baiano) seria suficiente para impedir o tráfego de carretas. A implantação dessas barreiras foi a solução encontrada na região de Formate, entre Viana e Cariacica. O setor de rochas usava a estrada vicinal da região para driblar a balança da BR 101 que fica na altura do bairro Ribeira, em Viana, onde também há posto da PRF.
Hoje nenhuma carreta com rochas consegue passar lá, apenas veículos menores. Outras ações como videomonitoramento e até parceria com moradores para fotografar as placas e enviar as autoridades poderiam ser feitas, são soluções simples. Enquanto a prefeitura da Serra não age, resta a comunidade de Muribeca e entorno conviver com estradas esburacadas, poeira, pontes danificadas e o risco permanente que esse tipo de transporte gera.
Basta lembrar os dois gravíssimos acidentes que ocorreram no estado este ano. O de Guarapari em junho, que matou 23 pessoas, e o de Mimoso do Sul em Setembro, que ceifou 11 vidas. Em comum o fato de rochas estarem sendo transportadas em desacordo com as regras de trânsito.
É ensurdecedor o silêncio do Sindicato das Indústrias de Rochas (Sindirochas) no caso de Muribeca. A Serra é o principal polo beneficiador e exportador do estado. Como o município não tem extração, as pedras vêm do interior capixaba e até de fora do ES para cá.
É preciso mais responsabilidade do setor, que já acumula passivos ambientais, de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais nada desprezíveis. E com um retorno fiscal duvidoso ante os custos que os efeitos colaterais de suas atividades geram.
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