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E a Serra segue perdendo

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A despeito de um mal estar que o deputado federal Sérgio Vidigal (PDT) possa ter tido com a manchete da edição anterior do Tempo Novo, indicando que ele e o prefeito Audifax Barcelos (PSB) caminham ou estão próximos de uma reconciliação, a reportagem foi em virtude de uma entrevista que ele concedeu, na redação do Jornal, semanas atrás, onde teria expressado o quanto gostaria que Audifax soubesse o que eles poderiam fazer juntos.

Na sequência o TN entrevistou Audifax sobre as declarações de Vidigal e o prefeito foi mais contundente ainda em expressar estar aberto a uma reconciliação.     Diante do posicionamento dos dois surgiu a manchete, o que pegou Vidigal de surpresa e o desagradou, a ponto de dar declarações para um veículo na internet, deixando dúvidas se é ou não favorável à reconciliação.

Audifax absorveu de forma diferente a possibilidade do que Vidigal, que admitiu a hipótese da reconciliação exclusiva ao campo administrativo.

O que pôde ser constatado a partir da reportagem é que a maioria das pessoas acredita muito pouco na reconciliação dos dois, mas vê perfeitamente que essa briga é ruim para a Serra, que ela não ganhou nada, só perdeu e que gostariam de vê-los juntos novamente em favor do município.

A partir do rompimento das relações entre eles em 2008, daí em diante a Serra vem amargando perdas. O prefeito fala que administra a cidade este ano com a mesma receita de 2008, cerca de R$ 1 bilhão e que a Serra naquele ano tinha uma renda per capita que só perdia para oito municípios capixabas e hoje a tabela se inverteu, só ganha de oito.

Traduzindo, isso quer dizer que, mesmo com a história de “locomotiva da economia estadual”, a sua população ainda não se beneficiou do desenvolvimento e perdeu economicamente. E isso em um período de oito anos a completar no ano que vem, que é justamente uma administração de Vidigal (2009 a 2012) e outra de Audifax, que começou em 2013 e termina em 2016.

Para acrescentar mais um item, nesse período de sete para oito anos, não há registros de grandes empreendimentos empresariais que fizessem crescer sua receita, diferentemente de cidades como São Mateus e Linhares ou Cariacica e Viana, para quem a Serra perdeu um grande centro de distribuição dos Correios.

Política municipal anêmica

Na política também há sintomas de enfraquecimento. A Serra fechou o último ano do segundo mandato do governador Paulo Hartung, em 2010, com cinco deputados estaduais: Sargento Valter, Givaldo Vieira, Vanildo Sarnaglia, Vandinho Leite e Luiz Carlos Moreira.

Na legislatura seguinte (2011 a 2014) esse número caiu para três: Vandinho Leite, Roberto Carlos e Jamir Malini que entrou na metade do mandato. Na eleição do ano passado a Serra viu despencar mais ainda, só elegeu Bruno Lamas.

Se no Estado a Serra perdeu cadeira na Assembleia Legislativa, no âmbito federal, na Câmara dos Deputados, os oito anos de Sueli Vidigal, os dois de Audifax, os anos em que Manato falava que era da Serra e quase um ano de Vidigal e Givaldo Vieira não redundaram em ganhos significativos para o município.

Não há nenhuma marca deixada pelas emendas que esses parlamentares conseguiram liberar para a Serra; tão pouco conseguiram junto a qualquer ministério recursos para obras estruturante que ajudassem a melhorar a mobilidade urbana e contribuir para o crescimento da cidade.

As conquistas mais importantes foram construção das UPA’s, algumas creches e emenda para a construção do hospital materno infantil, que atravessa a terceira gestão e mal saiu do papel. De resto foram iniciativas pouco simbólicas e de pouco impacto até mesmo para o local onde foi destinada.

Esse é o resumo do que tem produzido a briga entre Vidigal e Audifax, exceto o fato das outras lideranças políticas do Estado olharem a Serra de fora para dentro, e não moverem um esforço sequer em favor do município, por entender que ela tem dono. Preferem gastar energia em municípios onde as desavenças políticas não sejam tão extremas como aqui.

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