Flora Antônia
Estar na casa dos cinquenta e poucos anos e ser mulher. Essa é uma condição ao mesmo tempo desafiadora e cheia de aspirações. Tempo Novo ouviu o que pensam serranas dessa faixa etária, prosseguindo a série iniciada em março, mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher.
Ativista comunitária e agente de Saúde no bairro José de Anchieta II, Maria do Carmo ‘Lilico’ Balduíno tem 52 anos e encara as dificuldades no dia a dia sem deixar de sonhar. “Tem momentos em que é complicado conciliar a tarefa de ser mãe, esposa, e ter força para cuidar do trabalho. Sigo nessa luta como mulher, mãe e avó”, conta.
Lilico, como é mais conhecida, perdeu um de seus filhos para a violência. “Quando vejo o outro em uma condição ruim, fico mal. Gostaria de um mundo mais igual, com todos tendo acesso ao lazer, sorrindo, com condições boas de trabalho. Hoje participo de um grupo de escolhinha de futebol que busca alertar a garotada sobre os riscos do tráfico de drogas. Também sou militante no grupo Movimento Negro Unificado”, enumera.
De Nova Almeida, a pedagoga Andressa Pretti Dallapicula tem 53 anos e é viúva. Para ela, a mulher tem que ser o que quiser. “Nem mais forte, nem mais inteligente, nem mais sensível, nem mais capaz: igual. Ser mulher é ter essência própria. É ser resultado de nossas escolhas e ideais”, filosofa.
Também de Nova Almeida, a professora de Educação Especial Neuza Soares, 53 anos, diz que ser mulher é ter capacidade de se reinventar. “É saber dizer não, é ter de lidar com a intimidação, ser feroz e voraz na sua vida e na sua luta. Se perceber, se conhecer, ser observadora, livre e feliz nos mínimos detalhes. Ser o que quer ser, estar onde quer estar, e ficar sozinha e bem”, define.