Uma reunião no gabinete do prefeito Audifax Barcelos (Rede) na tarde de hoje (08) selou o fim da crise institucional na Serra. A agenda oficial era sancionar o projeto que autoriza doação de um terreno para construção de um novo Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS-IBAMA). Além do justo mérito, a reunião também guardou forte carga de simbolismo. Isso porque os vereadores de oposição, incluindo o presidente da Câmara, Rodrigo Caldeira (Rede), compareceram em peso no evento. O clima mesclava entre uma tensão inicial que no decorrer foi se transformando em trocas de elogios e sorrisos mútuos.
Em sua fala, Audifax enalteceu Caldeira e os demais vereadores pela “agilidade” e “consciência” da aprovação do projeto de lei citado. Já Caldeira e também Basílio da Saúde (Pros), ambos os parlamentares que deram declarações, devolveram os elogios com nova troca de afagos e por fim, todo o grupo de vereadores junto ao prefeito, fez pose para uma foto que simbolizou a superação da crise entre os poderes Executivo e Legislativo municipal.
Já se esperava uma agenda oficial que marcasse a reatada política entre Audifax e Caldeira, uma vez que a Câmara vinha dando sinais de arrefecimento nos movimentos oposicionistas ao voltar a pautar projetos de autoria do Executivo. Assim como esperado, não se falou de política no evento, embora fosse difícil para pessoas presentes conseguir conter a surpresa do fato registrado.
Na semana passada, ao TEMPO NOVO alguns líderes da oposição como Aílton Rodrigues (PSC) e Roberto Catirica (PHS) já tinham anunciado uma “trégua” e revelando que estaria em curso uma articulação para reatar relações institucionais e mesmo políticas com Audifax. Entretanto, cobravam mais “respeito” por parte do Executivo. Audifax por sua vez, disse que esperava uma “relação republicana com a Câmara em prol do desenvolvimento da Serra”.
Entenda o contexto
O auge da crise institucional entre Audifax e o Legislativo municipal foi no dia 5 de abril, quando o prefeito convocou a imprensa e afirmou que a Câmara estaria “sob controle do crime organizado” com o objetivo de derrubá-lo do cargo. As acusações foram rebatidas pelo presidente Rodrigo Caldeira. De lá para cá, a Casa de Leis passou a não pautar projetos do Executivo, a derrubar vetos e abrir frentes de investigação.