Uma obra muito esperada pelos capixabas, a duplicação da BR-101 na Região Norte do Espírito Santo deve ser iniciada até o mês de novembro na Serra. As pistas serão ampliadas a partir do trecho do entroncamento do Contorno do Mestre Álvaro (depois do posto da Polícia Rodoviária Federal) até a cidade de João Neiva, no trevo com a BR-259 – que dá acesso à cidade de Colatina.
Entretanto, nem tudo são ‘rosas no jardim’, isso porque a empresa vai deixar cerca de 10 km sem duplicação no atual trecho da BR-101, que vai ser repassado para a Prefeitura da Serra cuidar. Este trecho compreende do km 257 logo após o viaduto na saída de Serra Sede em frente à Prefeitura – local que termina a pista duplicada – até o km 247,5, que será o entroncamento do futuro Contorno do Mestre Álvaro. Este intervalo de 10 km não será duplicado pela empresa e será transferido para a Prefeitura.
Na prática, a Rodovia do Contorno do Mestre Álvaro, que está em obras, passará a ser a nova BR-101 que será dada a Eco; e o atual trecho entre Carapina e a entrada para o Contorno (km 247 localizado após o posto da PRF) será municipalizado e toda a gestão será de responsabilidade da Prefeitura da Serra. Portanto, ao pegar a nova rodovia, construída com dinheiro público, a empresa vai deixar para trás cerca de 10 km de via não duplicada.
Este trajeto que não ganhará as obras de melhorias da Eco fica às margens de bairros como São Domingos, Jardim Bela Vista, Colina da Serra, Divinópolis e Belvedere, por exemplo, que somados significam algo em torno de 20 mil habitantes. Para esses moradores, a realidade da duplicação vai ficar apenas na imaginação, já que dificilmente a Prefeitura terá fôlego financeiro para realizar a obra por conta própria.
Vale destacar também que dos cerca de 7 km após a entrada com o novo Contorno e a divisa com Fundão, 2 km já são totalmente duplicados, por isso, restando apenas 5 km para a Eco fazer o serviço. A cidade abriga a maior e mais lucrativa Praça de Pedágio da empresa em solo capixaba; para se ter uma ideia, os veículos de passeio que precisarem passar por lá, tem que desembolsar R$ 4,20 cada; porém a empresa vai precisar efetivamente duplicar somente 5 km em todo o trecho da BR-101 na Serra.
Extremo norte da Serra até João Neiva
As obras de duplicação no norte da Serra até João Neiva ainda não foram iniciadas devido a algumas licenças que ainda precisam ser liberadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo informações da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o Ibama já emitiu a Licença Prévia, nº 665/2021 para as obras de duplicação da BR-101 no dia 18 de outubro de 2021.
Desde então, ficou por responsabilidade da Eco101 a solicitação da Licença de Instalação (LI) do trecho. Quando receber o documento, o Ibama terá 120 dias para fazer a análise.
O trecho a ser duplicado, pela Eco101 está entre o KM 247,5 (Serra) e o KM 203,7 (João Neiva). De acordo com a ANTT “no que diz respeito às questões ambientais, a concessionária estará autorizada a iniciar as obras a partir da obtenção da LI e da Autorização de Supressão de Vegetação (ASV)”, para o trecho.
Caso não ocorra nenhum atraso ou solicitação de novos documentos – isso já contando o tempo estimado de 90 dias para desmate da área a ser duplicada e retirada dos animais – a duplicação deve ser iniciada a partir de novembro deste ano.
Reserva de Sooretama é impasse na duplicação
Ao contrário da sinalização de início das obras entre Serra e João Neiva, a duplicação do trecho que corta a reserva de Sooretama é um dos maiores impasses. A ANTT explicou que a Eco101 terá que protocolar os estudos de alternativas locacionais para o trecho entre João Neiva e Pedro Canário, além de um trecho de 16 quilômetros no município de Mucuri, na Bahia.
Acontece que nesta etapa, há um impasse que envolve a Reserva Biológica (Rebio) de Sooretama. A duplicação nesta região foi barrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
A Eco101 informou que o restante do Trecho Norte – com exceção da parte da Serra a João Neiva – segue em discussão devido a impossibilidade de duplicação da rodovia no trecho que intercepta a Reserva Biológica de Sooretama e o núcleo urbano do município de Linhares. Vale ressaltar que o trecho em Sooretama corresponde a 25 quilômetros que cortam a Rebio e sua área de amortecimento.