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Editorial | 4 ameaças de massacre em escolas da Serra em um mês, sinais de tragédia estão gritando

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Em março de 2023, a Serra registrou pelo menos quatro ameaças de massacres em escolas, um número nunca antes observado. Isso tudo na esteira de tragédias dessa natureza no Espírito Santo e em outros estados do Brasil. A preocupação é maior quando detalhamos cada uma delas: das quatro ameaças, três são em escolas do mesmo bairro e destas, duas ocorreram na mesma unidade de educação.

1ª ameaça: numa segunda-feira, no dia 06 de março, por meio de mensagens anônimas em redes sociais, um indivíduo autointitulado “anjo da morte” afirmou que faria um ataque na escola estadual Iracema Conceição da Silva, em Chácara Parreiral, e citou diretamente a diretora da unidade escolar.

2ª e 3ª ameaça: na sexta-feira, dia 24 de março, foram registradas mais duas ameaças de massacre em escolas da Serra, todas no bairro Cidade Continental: a Escola Municipal Irmã Cleusa, no setor Europa, e a outra na Escola Estadual Zumbi dos Palmares, setor Oceania. As ameaças foram feitas por meio de um perfil falso no Instagram.

4ª ameaça: na segunda-feira, dia 27 de março, novamente pais, alunos e professores da escola Irmã Cleusa, em Cidade Continental, foram surpreendidos com o boato de atentado. Um indivíduo pichou no muro da escola a frase “Massacre 30/03”.

Obviamente, tratar o assunto em tom alarmista não acrescenta em nada, ainda mais ao ambiente escolar e à saúde mental de servidores e alunos. O que não exime a importância de levar a sério tais ocorridos, visto os sucessivos episódios ocorridos recentemente. Em regra geral, as investigações de atentados a escolas demonstram que os executores vão aos poucos amadurecendo a ideia atroz dentro de si. Não ocorrem de uma hora para outra.

Dados divulgados na época do atentado à escola Primo Bitti, em Aracruz, ocorrido no dia 25 de novembro de 2022, apontam que o responsável já vinha planejando o ato há mais de um ano. No caso ocorrido nesta segunda-feira (27/3), o estudante de 13 anos que matou uma professora esfaqueada e feriu outras quatro pessoas em um ataque a uma escola estadual de São Paulo, afirmou em depoimento à polícia ter planejado o atentado por dois anos. Em 2019, o caso que chocou o Brasil, ocorrido na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), quando dois ex-alunos mataram sete pessoas, afirmaram ter planejado o ato por pelo menos 6 meses, apontou a polícia civil paulista.

Apenas três exemplos de um mesmo modus operandi que parece ser padrão, que é a maturação dia a dia da ideia atroz e a formulação do planejamento que vai sendo aos poucos montado, até que efetivamente seja executado. Em todos os casos citados acima, os executores dos massacres deram sinais, seja de reclusão social, ressentimento exacerbado, busca de informações suspeitas via web, aquisição de armas e participação de fóruns extremistas, por exemplo.

No caso do ato terrorista perpetrado pelo aluno de 13 anos nesta segunda-feira, a coisa é ainda mais absurda. A mãe do adolescente informou à Polícia Civil que sabia que o filho conversava sobre “massacres escolares” com um colega nas redes sociais. Ela também disse que o filho teve de ser transferido da escola anterior há cerca de um mês porque ele apresentou “falas e ações referentes à possível massacre no interior da escola contra demais alunos”.

Ou seja, são indicativos de omissão da família e das autoridades a respeito de um comportamento que acarretou em consequências, que olhadas em perspectivas, poderiam ter sido evitadas, caso os sinais não tivessem sido aparentemente subestimados. Em regra geral, ninguém acorda em um dia qualquer e pensa: ‘hoje eu vou fazer um massacre’. O comportamento padrão dos casos recentes aponta planejamento em médio prazo e sinais que poderiam ter sido levados a sério, seja pela família, pelos amigos, pela comunidade escolar e pelas autoridades.

Será que 4 ameaças de massacres a escolas da Serra em menos de um mês, sendo três no mesmo bairro, não são sinais suficientes? Em todos os casos, a polícia e a Guarda Municipal estiveram presentes durante e após a ocorrência das ameaças; porém, até o momento, os órgãos de investigação não apresentaram respostas sobre a origem e os autores de tais ameaças. Na verdade, não se sabe objetivamente se está em curso uma investigação, propriamente dita, acredita-se que sim, devido à gravidade do ato e ao histórico recente no ES e no Brasil.

Os responsáveis por tais atos precisam ser identificados e punidos, mesmo se tratando de um hipotético ‘blefe’ com objetivo de gerar tumulto, ainda assim se configura em crime passível de punição. O que não pode é subestimar a situação e normalizá-la ao ponto de jogar para a vala comum das dificuldades estruturais vividas no ensino público.

O Jornal Tempo Novo vem dialogando com servidores e alunos da Escola Municipal Irmã Cleusa, no setor Europa em Cidade Continental. Em total caráter de anonimato, eles relatam um clima muito pesado e de constante alerta. As ameaças atingiram em cheio o ambiente e a comunidade escolar. O(s) autor(es) das ameaças precisa(m) ser identificado(s) para que se tenha um retorno ‘à normalidade’ na unidade de ensino, assim como os demais, obviamente. Um indivíduo faz uma ameaça, mas nada acontece. Qual a tendência? A continuidade… seja para gerar tumulto ou para amadurecer efetivamente uma tragédia. Em casos como esse, é importante um trabalho de prevenção, combate, investigação, identificação e punição por parte das autoridades constituídas, além de apoio para a comunidade escolar. É o Poder Público constituído dando uma resposta ao seu povo de que não vai tolerar atrocidades, em especial no lugar do qual o futuro da vida em sociedade é gestado.

Espera-se uma resposta para estas 4 ameaças perpetradas às escolas da Serra em apenas um mês, para coibir a proliferação de atitudes similares. Não estamos em condição de subestimar sinais, ainda estes que estão gritando em nossos ouvidos.

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