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Eixo Laranjeiras-Manguinhos no centro do boom imobiliário de alto padrão na Grande Vitória

O eixo Laranjeiras-Manguinhos se destaca como o mais atrativo, o que não surpreende, já que essa mesma região esteve no centro do primeiro boom imobiliário do milênio. Crédito: Divulgação

À beira de um novo boom imobiliário, a Serra pode se tornar o centro da expansão de empreendimentos de alto padrão na Grande Vitória. Atualmente, essa posição pertence a Vila Velha, especialmente à região de Itaparica, mas novos projetos e planos estão inserindo a Serra em um novo momento para o setor habitacional — historicamente, um dos pontos mais frágeis da cidade.

O eixo Laranjeiras-Manguinhos se destaca como o mais atrativo, o que não surpreende, já que essa mesma região esteve no centro do primeiro boom imobiliário do milênio, iniciado em meados de 2007. No entanto, desta vez, a tendência aponta para empreendimentos de alto padrão, deixando um pouco de lado os projetos do segmento econômico financiados pelo Minha Casa Minha Vida, que anteriormente tiveram forte presença, especialmente com a Construtora MRV, que praticamente planejou Colina de Laranjeiras, quando arrematou em leilão as áreas da antiga Atlantic Veneer.

Para ilustrar essa mudança, um dos empreendimentos já em execução é o Quinta Jatobá, da Octo Empreendimentos, em Morada de Laranjeiras. O condomínio de casas de altíssimo padrão se destaca por inovações como energia fotovoltaica integrada e pontos individuais para recarga de carros elétricos.

Aliás, Morada de Laranjeiras se consolida como o próximo polo de expansão habitacional, impulsionado pela centralidade urbana de Laranjeiras e fortalecido após a inauguração da nova Rotatória do Ó, que dinamizou a Avenida Paulo Pereira Gomes, criando um corredor residencial e comercial que conecta Laranjeiras ao litoral da Serra com mais eficiência.

É nessa região que está sendo planejado um novo bairro, desenvolvido pela Marsanto Imóveis. O empreendimento, chamado Península Aroeira, ocupará uma área de mais de 200 mil m², com 200 lotes para casas, prédios de alto padrão e espaços comerciais. Trata-se de um projeto de grande porte, que pode acelerar e muito o processo de requalificação habitacional do município. Liderado pelo empresário Diogo Martins, o projeto dá continuidade à tradição familiar dos Martins, que historicamente desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento da Serra moderna.

Ainda em Morada de Laranjeiras, recentemente foi lançado o Edifício San Andress, pela Elo Urbano Construtora e Incorporadora. O empreendimento foi um sucesso de vendas, com apartamentos de alto padrão, cujo preço inicial girava em torno de R$ 1 milhão.

Indo mais para o litoral, em Manguinhos, às margens da ES-010, a Galwan retomou um antigo projeto que, no passado, não reuniu as condições favoráveis para ser executado. Desta vez, a proposta prevê a construção de duas torres de 25 andares, com vista privilegiada para o mar e apartamentos de 3 e 4 quartos, chegando a 230 m².

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Um pouco mais acima, próximo à Curva da Baleia, está sendo projetado um loteamento aberto para residências espaçosas, localizado do outro lado do conjunto habitacional construído anos atrás pela Rossi. Esse novo empreendimento pode dinamizar ainda mais essa região de colina, na divisa entre Manguinhos e Jacaraípe, que já conta com boa estrutura viária e uma vista panorâmica do mar.

Fazendo o contorno por Portal de Jacaraípe e retornando pela Avenida Talma Ribeiro Rodrigues, a Marítima, do empresário Pedro Scopel, está planejando um loteamento fechado, próximo ao kartódromo. Nas proximidades, o Boulevard Lagoa, um dos condomínios tripleA mais exclusivos da Grande Vitória, deve receber uma expansão de mais de 200 lotes.

Voltando a Laranjeiras, próximo à Faculdade Doctum, perto do Hospital Dório Silva, uma extensa área está sendo planejada para a construção de um loteamento fechado para residências de alto padrão, localizado em uma das regiões com o metro quadrado mais valorizado da cidade. Há também projetos fora do eixo Laranjeiras-Manguinhos, como o que está sendo chamado de “Alphaville Molhado”, um loteamento anexo ao Alphaville, no extremo sul da Serra, com acesso ao Rio Santa Maria da Vitória, que deságua na Baía de Vitória e no Canal da Passagem. O diferencial desse projeto é permitir que seus moradores possam se deslocar até a capital de jet ski, por exemplo.

Esses são apenas alguns exemplos que ilustram o novo boom imobiliário, que parece chegar impulsionado por empreendimentos de alto padrão, capazes de requalificar a habitação na Serra. Essa é uma questão de extrema importância para a cidade, que, historicamente, teve sua ocupação habitacional marginalizada devido ao processo de urbanização desordenado em decorrência da industrialização.

O crescimento acelerado da Serra foi impulsionado, inicialmente, pela instalação da Vale, na Ponta de Tubarão, e, posteriormente, pela criação da antiga CST (atual ArcelorMittal). Essas indústrias atraíram populações de diversas partes do Brasil, incluindo trabalhadores em busca de oportunidades, muitos dos quais encontraram moradia em ocupações irregulares. Esse fenômeno se intensificou entre 1970 e o final dos anos 1990, resultando em um crescimento urbano sem planejamento adequado.

O entendimento de que a requalificação habitacional da Serra é essencial para equilibrar a demanda populacional e garantir um crescimento orçamentário sustentável já está amplamente assimilado na cidade. Esse novo boom imobiliário acompanha um ciclo de investimentos robustos na infraestrutura viária, incluindo a abertura de novos corredores logísticos e industriais.

Entre os principais projetos viários em andamento e concluídos, destacam-se: Contorno do Mestre Álvaro; Contorno de Jacaraípe (em fase final para inauguração); Contorno de São Domingos (ordem de serviço já emitida); Nova Rotatória do Ó; Binário da Norte-Sul; Complexo Viário de Carapina; e Complexo Viário Sérgio Rogério de Castro.

Esse processo de modernização viária pode ser ainda mais intensificado com a municipalização do trecho atual da BR-101, entre Serra Sede e Carapina. A mudança promete revitalizar a principal avenida da Serra, que por anos permaneceu sucateada sob a gestão federal e posteriormente pela Eco-101.

Yuri Scardini

Morador da Serra, Yuri Scardini é repórter do Tempo Novo. Atualmente, o jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a editoria de política.

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