O Governador Renato Casagrande (PSB) esteve na Serra na manhã desta sexta-feira (22) paara inaguração de obras da Cesan. O líder político, que ocupa a principal função governamental do estado, é aliado do prefeito da Serra, Sergio Vidigal (PDT). Em conversa com o Tempo Novo, Casagrande deixou claro que ele entende os motivos que levaram Vidigal a declinar a possibilidade de reeleição [entenda clicando aqui]. Porém, não embarcou automaticamente na pré-campanha de Weverson Meireles, chefe de gabinete de Vidigal e apresentado como sucessor do prefeito durante evento ocorrido no último sábado (16).
Segundo Casagrande, Sergio Vidigal é um prefeito bem avaliado, segundo pesquisas para consumo interno realizadas por partidos políticos, o que, na opinião de Casagrande, era um fator muito positivo no caso de um projeto de reeleição. Porém, Casagrande disse entender os motivos que levaram Vidigal a essa decisão, que foi uma conjunção de fatores familiares, como um câncer enfrentado pela esposa, Sueli Vidigal, o Alzheimer do pai e a relação com seus filhos e netos.
“Essas pesquisas mostram que ele [Vidigal] está bem posicionado, então isso num primeiro momento levou a uma preocupação pela possibilidade da desorganização partidária aqui na Serra. Mas eu tenho confiança de que os partidos e as lideranças políticas saberão organizar boas opções para a sociedade da Serra, mesmo que o prefeito Sergio Vidigal tenha dado um passo atrás”, disse o governador.
Que completou em seguida: “A gente tem que compreender as suas razões pessoais [referindo-se a Vidigal]. Não podemos ficar cobrando dele, porque razões pessoais de família sempre estão em primeiro lugar, certo? Então, eu tenho plena convicção de que os partidos políticos aqui saberão, nesse tempo de março até julho, organizar boas alianças e apresentar bons nomes para a sociedade serrana”, argumentou Casagrande. Em resumo, ele compreendeu a saída de Vidigal da cena eleitoral, mas explicitou que, durante a pré-campanha, que vai até julho, terá que ser feito um trabalho de consenso entre os partidos e lideranças que fazem parte de sua zona de alianças políticas.
Perguntado sobre como avalia o nome de sucessão apresentado por Vidigal, que é o de Weverson Meireles, o governador elogiou, ainda que tenha deixado as coisas bastante abertas, afirmando que há outros nomes que ele também considera bons. “Olha, os partidos aqui têm bons nomes, e o Weverson é um deles, certo? Todos os partidos têm bons nomes [frisou] e o Weverson já foi meu secretário de turismo, trabalhou muito bem, teve um bom desempenho, conhece a máquina pública e entende de política. Então, agora é o trabalho de cada um que é pré-candidato. São diversos pré-candidatos para ver quem agrega mais em torno do projeto”.
A coluna perguntou se, com o declínio de Vidigal em relação à disputa de reeleição, a aliança entre PSB e PDT ainda estava totalmente consolidada. Casagrande optou por uma resposta um tanto quanto inconclusiva, ainda que tenha reafirmado que há caminho para que isso ocorra. “A conversa está mantida. Está mantida a conversa [frisou]. Certo? O desfecho dessa conversa, aí é a Serra que vai dizer. Mas já ocorreram encontros, após essa decisão do prefeito Sérgio Vidigal, entre o Weverson junto com Bruno [PSB – Lamas, atual secretário de Estado] e o Givaldo [PSB – Vieira, diretor presidente do Detran]. Então, o ambiente de diálogo é bom e fluido”, afirmou.
Casagrande também comentou sobre os recentes sinais emitidos por Vidigal e o ex-prefeito Audifax Barcelos, de que haveria alguma disposição de ambos em retomar um diálogo político após 17 anos de ruptura, que ocorreu em meados de 2007. “Olha, eu acho natural a retomada de diálogo entre Vidigal e Audifax. Eu mesmo já estive afastado do Sérgio [Vidigal] no passado por um tempo; e hoje nós somos aliados muito próximos. Respeito às pessoas é fundamental, pois não pode haver ataques à família ou à honra quando se debate sobre desempenho administrativo. Então, é perfeitamente possível que voltem a conversar. Agora, se eles vão de fato retomar o diálogo, eu não sei, mas vejo que há espaço, sim, para conversa”, enfatizou Casagrande.