O resultado das urnas após as eleições de domingo (5), mesmo com a disputa do segundo turno entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) em andamento, já reposicionou o tabuleiro político. Principalmente no Estado.
Na Serra, saíram fortalecidos o ex-prefeito Sérgio Vidigal (PDT), mais votado deputado federal em 2014; Bruno Lamas (PSB), eleito deputado estadual, e Givaldo Vieira (PT), que alcançou uma das dez vagas de deputado federal.
Entretanto, mesmo com a eleição de Bruno Lamas e a reeleição de Freitas para a Assembleia e de Paulo Foleto para Câmara de Deputados, o PSB sai do pleito como grande derrotado.
Renato Casagrande foi desbancado do Governo por Paulo Hartung (PMDB), que já disse aos ventos ter saído magoado da disputa pelos ataques que recebeu.
Marina Silva, que surgiu como um furacão eleitoral logo após a morte trágica do então candidato Eduardo Campos, sequer chegou ao 2º turno.
E tem ainda o prefeito Audifax Barcelos, que passa a conviver com Vidigal – agora com o poder de um mandato no Legislativo Federal e com uma vocação confessa para o Executivo.
Outra baixa para o PSB da Serra foi a não eleição do deputado estadual Vandinho Leite para a Câmara de Deputados.
Grande afetado com o resultado das urnas, PSB repensa seu futuro
No PSB a ordem é repensar o partido, seu papel e futuro. Membro dos diretórios nacional e estadual do PSB, Odmar Péricles disse que na próxima segunda-feira (13) o Diretório Nacional se reúne em Brasília, onde escolhe a nova Executiva e faz uma intensa análise do atual momento. Destacou que o apoio do partido ao tucano Aécio Neves já é um sinal de mudança e de um desalinhamento histórico com o PT.
“O PSB elegeu o governo de Pernambuco, pode fazer a Paraíba e o Distrito Federal, e ainda segue na disputa por Roraima e Amapá. É um partido forte e importante”, ponderou.
Em relação ao futuro do governador Renato Casagrande (PSB), entende que a postura que o partido adotará será de oposição, e não há possibilidade de composição com o futuro governo de Paulo Hartung (PMDB).
“Já o prefeito da Serra, Audifax Barcelos, é uma liderança do PSB e precisa ser prestigiado, mas é necessário avaliar se a condução política na Serra está afinada com o PSB”, argumentou.
Odmar admite a possibilidade de investidas sobre o PSB por parte do futuro Governo, incluindo a cooptação de lideranças e prefeitos do interior.
Acrescentou que a candidatura da Marina Silva teve como base a fatalidade da morte de Eduardo Campos. “Cumpriu a tarefa, mas ela tem outro projeto, que é a estruturação da Rede, e o partido funcionou como uma barriga de aluguel eleitoral para ela”, resumiu.
Audifax
Sobre o resultado das urnas e a situação do PSB, o prefeito Audifax Barcelos (PSB), disse que se pronunciará na próxima semana.
Ele apostou suas fichas nas candidaturas de Lamas, Vandinho Leite (PSB), que também não foi eleito, Carlos Manato, eleito com 67.631 votos, e Miguel da Policlínica (PTC), não eleito.
Nos bastidores, a expectativa é de que nos próximos dois anos a administração seja bem mais acelerada com um grande pacote de obras que pavimente o projeto de reeleição de Audifax.
Lamas prega equilíbrio e foco no bem da Serra e do Estado
O deputado estadual eleito pelo PSB Bruno Lamas defende que, com o resultado das eleições, o PSB faça uma profunda reflexão, tanto na Serra quanto no Estado.
Sobre o futuro do atual governador Renato Casagrande, acredita que vai concluir alguns projetos e deixar outros licitados. “Renato é um líder de projeção nacional e até ministeriável”, defende, considerando um apoio à candidatura de Aécio Neves.
Para Bruno, o embate é possível entre o atual prefeito da Serra, Audifax Barcelos, e o deputado federal eleito Sérgio Vidigal, que poderá disputar as eleições pela prefeitura em 2016.
“A minha posição como deputado estadual vai se de observar isso, e cobrar dos mesmos a forma como cada um está contribuindo. Os serranos não podem pagar o preço dos embates políticos. Abomino a tese do quanto pior melhor”, disse Lamas.
Sobre a relação de Paulo Hartung com a Serra, Bruno é otimista. “Não acredito em retaliação, acredito que ele vai procurar fazer um governo melhor do que fez, e com isso ele precisa pensar na Serra, enquanto Região Metropolitana, esses assuntos estão interligados.
Na Assembleia, ninguém me pediu para ser oposição ao Governo e não foi o que aprendi com meu partido. Vou exercitar minha capacidade de fiscalizador e de legislador”, pontuou.
Vidigal diz que agora é focar no seu mandato conquistado
Deputado federal com maior votação em 2014 no Espírito Santo, Sérgio Vidigal (PDT) ganhou musculatura para disputar as eleições municipais, e já especula-se que poderá ser candidato a prefeito da Serra, cidade que governou por três mandatos.
Entretanto, sobre o assunto, o pedetista desconversa. Em entrevistas concedidas a veículos de comunicação logo após o resultado das eleições, disse que sua vocação é estar à frente de cargos executivos, mas minimizou que não é o momento para se pensar nisso, já que acaba de ser escolhido para deputado federal com a maior votação no Estado.