
Clarice Poltronieri
A chegada das eleições movimenta o mercado gráfico, publicitário e de marketing político, aumentando a demanda por serviços em mais de 100% em alguns setores. Impressão de material gráfico, planejamento estratégico, pesquisas, análise de cenário, são alguns dos serviços que os candidatos procuram.
O executivo de contas da gráfica Metro, Renato Reis, espera aumento nos negócios. A gráfica fica no Civit II. “A expectativa é de que as eleições façam o faturamento a demanda por serviço aumentar de 15 a 20%, o que para mim não é muito significativo. Pelo que escuto e vejo, isso se deve às mudanças das regras eleitorais, como proibição da doação de empresas, por exemplo”, avalia.
Para quem trabalha com estratégia e marketing político, o serviço aumenta em mais de 100%. É o que diz Eduardo Gomide, sócio-proprietário da Nova Comunicação Inteligente e Marketing Político.
“A empresa assessora mandatos e faz marketing político. Nos períodos eleitorais a procura aumenta em mais de 100%, pois os políticos não têm costume de fazer um trabalho de manutenção de mandato. O aumento vai de março até as eleições. Mas nas eleições de cenários Estadual e Nacional o faturamento é pior porque não prestamos serviços para mais do que um candidato de cada cargo, por questões de ética e de estratégias de campanha”, ressalta.
Mas as novas regras reduziram os ganhos em relação às campanhas anteriores. “As mudanças na legislação também levaram a adequar os valores à realidade atual de gastos. Tivemos que ser mais criativos com menos recursos disponíveis e também houve redução em nossos ganhos em comparação a campanhas anteriores”, explica Eduardo.
Darlan Campos, diretor executivo da República Marketing Político, também afirma que as mudanças na legislação alteraram o mercado.
“O fim do financiamento empresarial nas duas últimas eleições trouxe uma nova realidade. Hoje os serviços mais procurados são da parte estratégica: planejar campanha, mapear território, definir ações. O desenvolvimento de peças gráficas também. No período eleitoral há um aumento de 50% na busca por serviços, mas temos uma parcela dos candidatos que se programa um ano antes da campanha”, revela.