Numa eleição extremamente polarizada como a do último domingo (28), era de se esperar que o sentimento dos eleitores após a vitória de Jair Bolsonaro (PSL), oscilasse entre a euforia entre os que nele votaram, a tristeza e a dúvida para os que deram voto no candidato derrotado Fernando Haddad (PT).
Eleitora de Bolsonaro, Juliana Rocha, de Balneário de Carapebus, disse que foi muito satisfatório ver o militar reformado ser eleito. “Comemoramos bastante. Estou com muita expectativa. Que seja um governo com menos roubalheira porque precisamos de mudanças e mais igualdade. Espero que melhore na parte da violência também que está aterrorizando a todos”, conta.
Já Jhulia de Sousa, de José de Anchieta, disse que a família se uniu para esperar o resultado no último dia 28. “Minha família se juntou na minha casa para acompanhar o resultado. Quando foi anunciado que o Bolsonaro já estava eleito gritamos bastante e ficamos muito felizes. Também fizemos um jantar depois em comemoração. Espero que o novo governo cumpra todas as promessas e consiga tirar nosso país dessa crise econômica e moral”, destaca.
DeResidencial Centro da Serra, Joaquim Augusto Canais Neto, também eleitor de Bolsonaro, disse que estava ansioso na hora do resultado. “Eu sabia das chances do Bolsonaro ser eleito, mas estava bastante preocupado.Acho que essa mudança nos dará um fôlego, uma motivação para buscar uma melhora individual e consequentemente a melhora do coletivo. Sei que Bolsonaro terá dificuldades para conduzir o país e continuará sendo atacado pela oposição, mas com a formação de uma equipe técnica e qualificada ele conseguirá fazer uma boa gestão”, afirma.
“Torço que o discurso dê lugar a propostas mais humanas”
Tristeza e insegurança. Essas duas palavras podem definir o sentimento de muitos eleitores do Fernando Haddad (PT), candidato que saiu derrotado na disputa presidenciável. Os apoiadores afirmam que receberam o resultado da votação do último dia 28 com medo do futuro do Brasil.
É o caso da Waleska Brandião Metzker, de Valparaíso. Ela afirma que ficou perplexa com o resultado. “Sinto-me perplexa, porque nada nesse momento para mim é compreensível. Tenho um conjunto de sentimentos que vai de angústia a tristeza e insegurança. Não simplesmente pela derrota do meu candidato ou partido, mas porque há um potencial fascista que antes, mais ou menos recalcado, ganha hoje o direito de existir e aflorou de uma maneira forte como nunca antes”, pontua.
Waleska ainda disse que as perdas dos direitos dos mais pobres também a preocupa. “As perdas de direitos sociais, trabalhistas e da própria democracia se mostram evidentes e isso nos traz a promessa de um futuro árduo e incerto, principalmente para trabalhadores, minorias e os mais pobres. O único conforto vem de saber que, apesar do candidato vencedor ter sido eleito com a maioria dos votos válidos, os números finais nos mostram que não era esse o desejo da maior parte dos brasileiros”, afirma.
Matheus Mariani Mazega, de Parque Residencial Laranjeiras, disse que o ficou decepcionado após a eleição. “Decepção e medo. As duas palavras que mais definem o que senti após o resultado das eleições. Senti medo por saber que a minha existência acabara de ser ameaçada abertamente. Porém, torço e espero que o discurso se vá e dê lugar a propostas e atitudes mais humanas e dignas. Espero, sinceramente, que o presidente eleito faça o melhor para o Brasil e para o povo brasileiro”, conclui.
