Clarice Poltronieri
Para quem acha que projetos e sonhos são exclusividades de jovens, a nova geração de idosos, conhecida também como a turma da “melhor idade”, prova que mesmo depois dos 70 é possível idealizar um futuro.
O morador de Carapina, Jairo Antônio Paterlini, diz que sempre sonhou e não é agora que vai parar. “Eu e minha esposa, com quem sou casado há 45 anos, planejamos comprar uma casa em Campinho (Domingos Martins), onde estudei quando jovem. Vivi muito tempo nessa selva de pedra. Estou vendendo um imóvel em Jacaraípe para fazer isso. Com essa idade você perde um pouco estímulo e faz projetos mais curtos, mas se fizer exercícios físicos e ler muito terá saúde e disposição para usufruir da vida e superar obstáculos. Gosto de praticar esportes, me divertir, brincar, viajar, me alimentar e dormir bem, ler, ser solidário, cuidar de cães e dirigir”, enumera.
Jairo dá dicas para quem quer viver bem depois dos 70. “Não me arrependo de nada do que fiz; faria tudo de novo. E não sou daqueles que completam 70 anos e param dentro de casa. Tenho um lema comigo: corda que não me embaraça não me faz cair”, brinca.
Quem também garante que os sonhos e projetos estão apenas começando é Maria do Carmo Caetano Boldt, de Laranjeiras, que vai completar 73 anos esta semana.
“É possível fazer planos de futuro sim. Além de orientar meus filhos e netos, nunca deixei de trabalhar, depois que me aposentei. Fui professora até 2000 e de lá pra cá me envolvi com o Centro de Convivência do Idoso, sempre com muita atividade. E neste momento, após 16 anos de trabalho como voluntária, pretendo tirar umas férias de agosto a dezembro para cuidar de mim e viajar por aí. Depois, pretendo voltar e continuar meu trabalho”, planeja.
Para ela, um dos segredos de tanta disposição é ser uma pessoa livre. “Depois dos 70 o gás continua, mas acho que isso acontece porque desde que fiquei viúva, há 26 anos, nunca mais morei com ninguém, o que me faz estar livre e sempre em busca de algo novo”, pontua.