A greve realizada pelos trabalhadores dos Correios continua na Serra e em outras cidades brasileiras. E de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios Prestadora de Serviços Postais, Telegráficos, Encomendas e Similares do ES (Sintect-ES), um dos principais motivos da greve é a possível privatização dos Correios, que foi prometida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O serviço de entregas em todo o Espírito Santo, inclusive na Serra, pode ser muito afetado. Isso ocorre em plena pandemia causada pelo coronavírus, onde muitas pessoas estão realizando compras pela internet para evitar sair de casa. Os trabalhadores dos Correios do Espírito Santo aprovaram a deflagração de greve por tempo indeterminado no estado na noite da última segunda-feira (17).
O sindicato afirmou que os funcionários são contrários à privatização dos Correios. Alem disso, reclamaram da “péssima atuação” dos Correios em medidas de enfrentamento à Covid-19. “A greve não é por aumento. É pelo reconhecimento de que os serviços são essenciais para o povo e que a privatização da empresa é mais um ataque do Governo Bolsonaro à soberania nacional. Os Correios não são de um político ou de um Governo, são do povo brasileiro”, afirmou o sindicato em nota.
Ainda de acordo com o Sintect, a falta de ajuda da empresa para impedir o avanço do coronavírus entre os funcionários está fazendo muitos trabalhadores se infectarem com a Covid-19. “A negligência da empresa já resultou em mais de 100 casos em diversas unidades do estado e os número aumentam a cada dia”, completou.
Em fevereiro deste ano, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que os Correios “caminhava para a privatização”. “Até porque foram foco no passado de grandes escândalos. E também é monopólio que não pode ter prejuízo”, disse em cerimônia no Palácio do Planalto.
Agora, o governo afirmou que vai encaminhar ao Congresso “nas próximas semanas” um projeto de lei regulamentando a prestação privada dos serviços postais, cuja aprovação é um passo necessário para a desestatização dos Correios.