A manhã desta quarta-feira (6) começou com mais uma manifestação dos rodoviários. Logo cedo, os cobradores do Sistema Transcol liberaram as catracas de diversos terminais da Grande Vitória, inclusive o de Parque Residencial Laranjeiras, na Serra. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários), o ato é uma reivindicação da volta desses profissionais – que estão afastados desde maio – para os ônibus.
Ao contrário das manifestações feitas na última segunda (4) e terça-feira (5), não houve paralisação da circulação dos coletivos do Transcol durante a manhã de hoje. O movimento dos rodoviários se concentrou apenas nos terminais. Na Serra, o ato ocorreu no Terminal de Laranjeiras.
A Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb-ES) informou, por meio de nota, que “lamenta o protesto dos rodoviários e ressalta que é mais um ato abusivo e que somente prejudica a população”. Disse ainda que a Companhia vai acompanhar a manifestação e as medidas judiciais pertinentes serão adotadas.
Ainda segundo o Sindirodoviários, não há previsão para uma nova paralisação dos ônibus, mas o movimento não está descartado.
Paralisação e protestos
A motivação dos protestos é o pedido de retorno dos cobradores aos ônibus. Eles estão afastados desde maio, mas recebendo os seus salários, através de programa feito pelo Governo Federal. Agora, após o fim do programa, o Governo do Estado decidiu manter os profissionais em casa, mas recebendo integralmente o salário e todos benefícios. A medida no entanto não agradou os rodoviários, que temem demissões.
É importante lembrar que em acordo firmado pelo Governo do Estado, em 2019, ficou garantido que os cobradores não serão demitidos até o fim de 2021. Durante esse período, o Estado deve oferecer cursos de capacitação para que esses funcionários sejam recolocados no mercado de trabalho. A partir de 2022, as demissões poderão ocorrer.
Afastamento dos cobradores
O afastamento desses profissionais ocorreu no dia 17 de maio do ano passado, com base no Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, do Ministério da Economia. O governo federal pagou um benefício aos trabalhadores para que eles não ficassem sem renda durante a interrupção dos contratos.
Na ocasião, o Estado havia decidido suspender o contrato de trabalho por apenas dois meses, mas o retorno dos profissionais já foi adiado por três vezes. Até janeiro, os cobradores ficarão afastados, no total, por oito meses.
Vale destacar que, desde maio, os coletivos deixaram de aceitar dinheiro em espécie como forma de pagamento. O motivo é o risco de contaminação da Covid-19, já que as cédulas podem servir como vetor da doença.
Agora, em 2021, o programa federal chegou ao fim. Mesmo assim, o Estado decidiu manter os trabalhadores afastados, mas pagando o salário integral.