Estreante na Câmara da Serra, o vereador Geraldinho Feu Rosa (PSB) está sendo acusado por ex-assessores de prática de rachid (ficar com parte do salário dos assessores). Em um vídeo que a reportagem do Tempo Novo teve acesso, por meio de uma fonte anônima, o vereador aparece em uma espécie de reunião de gabinete, onde parte dos assessores tenta ‘renegociar’ o valor da “contribuição”. Com o transcorrer da reunião, Geraldinho ainda faz orientações no sentido de não depositar em poupança, já que seria fruto de uma operação duvidosa.
Estima-se que o vídeo tenho sido gravado em meados do fim de 2018, data dita em conversa breve com o denunciante e também explicitada por pessoas contidas na filmagem, onde houve a afirmação de que “faltam 20 meses” para a eleição de 2020.
O vídeo na íntegra tem duração de 18 minutos, e grande parte dele é de difícil entendimento. Aparentemente trata-se de uma reunião dentro do gabinete do vereador, uma vez que elementos típicos dos gabinetes estão expostos, e há pessoas com crachás da Câmara da Serra, além de papéis colados em móveis com o brasão da Casa. Ademais, o Tempo Novo, através de fontes procuradas, identificou algumas das pessoas do vídeo como sendo, de fato, assessores do vereador.
Nenhum ex-assessor procurado pelo Tempo Novo quis se pronunciar abertamente. Mas um deles conversou com a reportagem sob condição de anonimato. “Nós tínhamos que deixar o dinheiro com umas pessoas mais próximas a ele, ou na gaveta do gabinete. Depois eles recolhiam de depositavam em uma conta”, afirma.
Sobre o conteúdo, não há crime consumado em vídeo, apenas referências de uma suposta negociação que está em curso. Porém o vereador diz coisas questionáveis: em reunião com o assessorado, o vereador aparentemente negocia parte dos salários dos assessores para a criação de uma espécie de “fundo eleitoral”. É dito pelo próprio vereador, inclusive, o repasse de 10%. “Quem ganha R$ 1.5 mil, (…) Vai me entregar R$ 150, e quem ganha mais de R$ 2 mil, será de R$ 250”. Essa prática pode se caracterizar como rachid.
Em outro ponto do vídeo, o vereador parece orientar como proceder com o dinheiro, onde ele veda o depósito dos valores em conta poupança, uma vez que “teria que declarar”, e inclusive afirma que isso poderia ser foco de investigação da Polícia Federal. Utilizar dinheiro de fontes não declaráveis para campanha eleitoral pode ser enquadrado em Caixa 2.
Num terceiro eixo da filmagem, Geraldinho afirma que esse dinheiro não será para “comprar cesta básica” e nem para “fazer festa de criança” e que tais demandas seriam resolvidas por outra fonte de recurso, o que pode ser entendido como compra de votos.
Na parte final do vídeo, assessores aparentemente desgostosos com a proposta do vereador questionam a prática. Com o parlamentar dentro do recinto, um deles afirma que “dar parte dos salários para a campanha de 2020” é “juridicamente arriscado” e que o vereador estaria “correndo risco”. Até onde o vídeo mostra, o vereador não questionou a tal afirmação e nem negou que seja esse o intuito da proposta.
Cada vereador tem 15 assessores e os salários variam de pouco mais de R$ 900 até R$ 4,3 mil. O jornal Tempo Novo procurou o vereador, e na última quarta-feira (20), Geraldinho acompanhado de mais duas assessoras esteve na sede do Tempo Novo para ter acesso ao vídeo e apresentar sua versão dos fatos. Foi combinado que a resposta seria entregue nesta sexta (22), e desde quarta-feira à noite o jornal encaminhou uma série de questionamentos por e-mail. Assim que houver retorno será publicado aqui.
Veja o vídeo:
Perfil: Dicotomia de simplicidade e excentricidade
Geraldinho é um vereador de primeiro mandato. Natural de Feu Rosa, ele é reconhecido por ser uma pessoa simples e humilde. Mas apesar desse perfil pessoal, no plenário, parece que Geraldiho se transforma. Tanto é que seus colegas parlamentares o apelidaram de “kamikase”, por muitas vezes fazer acusações graves e agudas, e muitas vezes sem provas, especialmente contra o Poder Executivo.
Ele também protagonizou cenas curiosas. Logo no início de mandato, ele resolveu fazer um protesto na porta da Unidade de Saúde de Feu Rosa. Ele deitou dentro de um caixão na porta da unidade. Segundo ele, foi para denunciar a falta de estrutura oferecida pela Prefeitura. Após a repercussão do caso, correram especulações de que o motivo do ‘protesto’ seria por conta da exoneração de um aliado do vereador da mesma unidade. Na época o Tempo Novo procurou Geraldinho, mas ele negou que a exoneração de seu indicado tenha sido a motivação.
Geraldinho também é excêntrico ao se vestir, em referência a Feu Rosa, comunidade que o elegeu, o vereador de vez em quando usa um terno de cor rosa choque e adaptou um fusca com a mesma cor. Ele tem uma relação conturbada com o partido, o PSB. Nunca seguiu orientação partidária e nas eleições de 2018 chegou a apoiar o então ex-vice-governador César Colnago (PSDB) que foi candidato a deputado federal.
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