Por Conceição Nascimento
Com sua população de aproximadamente 470 mil habitantes, a Serra tem 23 vereadores, que se preparam para o último ano da atual legislatura. Em 2016 vão enfrentar as urnas, colocando seus mandatos para a avaliação do eleitor.
Em conversa com a reportagem do jornal Tempo Novo, vereadores avaliaram os trabalhos da Câmara e apontaram expectativas para 2016. Em comum todos concordam que os trabalhos foram prejudicados em função de alguns embates internos e também com o Executivo. Confira alguns depoimentos:
Cézar Nunes (Rede), que está no quinto mandato, avalia que infelizmente houve um comportamento estranho de alguns vereadores, segundo ele, sem compromisso. “Houve um embate desnecessário com o Executivo, o que prejudica o município. A Câmara poderia estar melhor. Para o próximo ano, a expectativa é de que seja tranquilo, mas a Serra está no caminho certo, vamos aguardar o posicionamento do comando da câmara.
Sebastião Sabino (PT) assumiu o mandato em fevereiro, com a saída de Bruno Lamas (PSB) para a Assembleia Legislativa. “Encontrei uma casa dividida em dois blocos. Fui um pouco rotulado, como base aliada, e acabei ficando no bloco de sustentação ao governo. Este ano foi positivo pelo que a Câmara produziu; muitos projetos votados, com alguns momentos tensos. Já 2016 vai ser um ano de bastante movimento na Casa, ano eleitoral; de muito trabalho”, lembrou.
Aldair Celestino (PTB) também observa 2015 como um ano adverso. “Tivemos alguns embates quando poderíamos estar produzindo, e ficamos resolvendo conflitos internos. De meados do ano pra cá, começamos a avançar e terminamos 2015 de forma bastante harmoniosa. 2016 será um ano complexo, com dificuldade no aspecto financeiro; é um ano político”, avaliou.
O vereador Guto Lorenzoni (PP) acredita que os trabalhos realizados pela CMS se deram de maneira difícil, com a dificuldade para aprovar matérias do Executivo. “Esse tipo de manobra atrasa os benefícios a serem entregues à população. No geral, a Câmara teve uma boa participação no processo, com a aprovação do PDM e do orçamento. Para 2016, a tendência é a reorganização político partidária, com as mudanças proporcionadas pela nova legislação”.
O experiente Nacib Haddad (PDT) diz que a produção da atual Câmara está fraca. “É uma câmara desprestigiada. Creio que 90% das leis votadas foram vetadas pelo Executivo ou barradas na Procuradoria interna, como inconstitucional. Até nome de Centro Municipal de Educação (Cmei) o prefeito vetou. Para 2016 vejo que será um ano de muita dificuldade financeira. A tendência é piorar a relação com o Executivo”, adiantou.
O vereador Basílio da Saúde (Pros) também avalia 2015 como pouco produtivo. “Poucos projetos aprovados e poucos sancionados pelo prefeito. Muitos projetos bons, mas vetados. Os embates entre Legislativo e Executivo somam-se como ponto negativo. Em 2016, acho que a relação poderá melhorar entre os poderes. Demos uma trégua ao prefeito (Audifax Barcelos-Rede), para que apresente seu trabalho”, detalhou.