[secondary_title]

Empatia pela África? Entendimento, limites e possibilidades para melhores compreensões sobre o continente africano em momentos pandêmicos

- PUBLICIDADE-
Davi Silva de Carvalho é Licenciado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto. Foto: Divulgação

A África é composta por diversas riquezas naturais e variados grupos étnicos desde sua porção setentrional à austral, entretanto sua História é marcada por conflitos, disputas e lutas territoriais. Desde as ocupações dos europeus no referido continente as explorações e guerras foram os principais eventos característicos por mais de três séculos, ocasionando dores e sofrimentos para às populações locais.

Assim, percebe-se que os problemas em África já não são de agora e sim de um longo processo histórico, o qual a associação entre o passado e o presente estão articulados na contemporaneidade. Dessa maneira, não seria interessante comparar ou realizar julgamento de alguma região sem compreender as memórias que o local possui. Diante dessa ótica, ficam sempre dúvidas a respeito da fome e pobreza, onde determinados Países enfrentam essas situações e as vias de resoluções em busca de melhores soluções não são percebidas.

Dentro dessa configuração, vale destacar que as dificuldades não são somente dos habitantes africanos, mas também da ganância e opressão dos colonizadores europeus com o ideal civilizatório e a sua supremacia, caracterizando o exercício do seu poder. Vê-se com isso, as adversidades enfrentadas refletem no presente de forma sofrida e por muitas vezes sem autoafirmação dos povos africanos. Com a chegada do novo coronavírus, covid-19 em âmbito global, os continentes mais afetados foram a América, Ásia e principalmente a Europa. Com isso, os Países africanos não foram atingidos em comparação e na proporção em relação aos demais, mas agora as elevadas infecções e crescentes óbitos não param e com novas variantes e diferentes mutações estamos passando por momentos desafiadores.

Entretanto, o ângulo mudou e a África está vivenciando caminhos delicados em razão do avanço do coronavírus. Em seu início, a situação estava moderada, porém com o aparecimento da ômicron o estado agora é de alerta, pois não se pode facilitar com essa nova partícula invisível, a qual indica que a transmissão está bem alta. Todavia os esquemas vacinais por lá se encontram em ritmo lento em comparação com os demais Países do globo, assim é necessário observar não somente a distribuição das vacinas para a população, mas o processo de chegada até as regiões consideradas distantes.

Regiões estas, onde estão comunidades, tribos e variados grupos africanos que compartilham as mesmas crenças, hábitos e suas culturas em questão. É patente nessa linha argumentativa a ênfase da chegada da nova variante há uma possível associação de novas ameaças ao mundo, visto o índice de infecção que está ocorrendo. Talvez não devemos acusarmos somente a situação da África com esses novos acontecimentos ou criarmos estereótipos para associarmos ao que é novo e está sendo ruim culpabilizando o referido continente e suas populações. Precisamos compreendermos além das historicidades africanas, as circunstâncias desde suas origens a fim de não cometermos equívocos sobre os acontecimentos, no caso de forma particular se tratando do surgimento da ômicron e variadas mutações. Nesse ínterim, os Países africanos já possuem Histórias tristes e sofridas em decorrência das ocupações dos europeus como foi mencionado.

Não seria tão interessante atribuirmos a chegada das variantes tendo o “pioneirismo de culpa” a África com análises diminutivas podendo prejudicar a dignidade do continente. Pensemos bem antes de falarmos do surgimento dos novos vírus já em circulação, mas sem colocar o local de origem em condição inferior, em detrimento de outro continente para prevalecer uma certa hegemonia. Mais precisamente, talvez se tratando de possíveis “competições geográficas”. Torna-se necessário entender o contexto interno, para não fazermos comparações e interpretações equivocadas de diferentes regiões com modos e experiências locais distintas, pois cada região carrega um legado.

Se tratando de África em especial, possamos compreender que grande parte das suas potencialidades sustentaram grandes impérios no passado e ainda hoje, porém com modo de exploração diferente. Coloquemos mais empatia ao refletirmos ou falarmos de África, talvez a culpa da disseminação do vírus e aumento do seu fluxo não seria de fato das condições, as quais o continente vive. E sim da falta de compreensão e limite do modo de viver de cada ser humano, bem como a ausência de acordos diplomáticos. Sejamos conscientes e busquemos entender os valores e a verdadeira História. Fiquemos mais vigilantes em relação ao perigo da História única.

Davi Silva de Carvalho é Licenciado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto.

Em 2017 lecionou na turma de licenciatura (Pedagogia, História e Letras) do Departamento de Educação – DEEDU/ICHS/UFOP. No ano seguinte, desenvolveu seus trabalhos de manuseio e transcrição de documentos avulsos pertencentes ao Arquivo Histórico da Câmara de Mariana/MG. Após sua formação acadêmica (2018), obteve duas aprovações nos processos seletivos para cursar disciplinas como aluno especial no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Espírito Santo, PPGHIS/UFES. A primeira aprovação ocorreu em agosto de 2019 e a segunda em março de 2020. Já em 2021, seu artigo intitulado: Memória e História – Análise do documentário Que Bom Te Ver Viva foi aceito e publicado na revista Horizontes Históricos do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Sergipe, UFS.

Tempo segue nublado na Serra neste sábado (23)

O céu cinza e a chuva pontual devem continuar na Serra neste sábado (23), é o que prevê o Climatempo. Confira também como fica...

Advogada aponta direitos de pacientes oncológicos

No dia 27 de novembro, celebra-se o Dia Nacional de Combate ao Câncer. Pensando nisso, Tempo Novo conversou com a advogada Fernanda Andreão Ronchi...

Servidores do Governo do ES recebem pagamento dia 29 de novembro

O Governo do Estado anunciou o pagamento dos salários do funcionalismo no próximo dia 29. Segundo informações do Poder Executivo estadual, mais de 95...

Cruz da Vida promove mutirão de especialidades médicas em igreja da Serra

O projeto Cruz da Vida está ofertando neste sábado (23) uma série de consultas e exames gratuitos na Paróquia São Francisco de Assis, localizada...

Acidente com ônibus na Serra deixa 17 feridos

Um engavetamento envolvendo três ônibus da linha Transcol deixou 17 pessoas feridas na tarde desta sexta-feira (22). O caso aconteceu na Avenida Norte Sul,...

Velocidade na Terra encerra temporada neste fim de semana em Aracruz

As duas últimas etapas do Campeonato Estadual de Velocidade na Terra acontecem neste fim de semana no Barródromo de Aracruz no norte do Estado....

Com 53,08% dos votos, Érica Neves é eleita a primeira mulher presidente da história da OAB-ES

A advogada Érica Neves foi eleita presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Espírito Santo (OAB-ES) para a gestão do triênio 2025/2027....

Alunos da guarda fazem mutirão para doar sangue na Serra

A Guarda Civil Municipal da Serra (GCM) realizou na manhã desta sexta-feira (22) um mutirão de doação de sangue. A ação contou com a participação...

Morre motorista baleado na cabeça durante discussão na Serra

Hudson Batista Diniz, que foi encontrado baleado próximo a uma distribuidora de bebidas em José de Anchieta, na Serra, teve a morte cerebral confirmada...
...
Anúncio
close-link
Anúncio
close-link