Por Ayanne Karoline
No meio empresarial, um formato de organização tem feito sucesso entre os estudantes. A “empresa júnior” funciona como uma empresa normal tem clientes de verdade, mas é gerida por alunos do ensino superior. Um exemplo de destaque na Serra é a Ideas, que faturou cerca de R$ 20 mil só no primeiro ano de funcionamento.
Atualmente com 14 membros, ela é formada por estudantes da Universidade do Centro Leste (UCL), que fica em Manguinhos, e envolve as quatro áreas da Instituição – Administração, Design, Engenharia e Sistemas. No catálogo, serviços de Gestão de Qualidade e Engenharia Civil.
Todo o dinheiro que entra em caixa é investido na estrutura da empresa e nos membros, através de capacitações e desenvolvimento profissional. “O mais bacana de participar é que realizamos nossa rotina administrativa, prezando pela responsabilidade socioambiental. Estamos nos tornando bons competentes tecnicamente e conscientes”, afirma a presidente e estudante de Administração, Thamires de Oliveira.
A Ideas tem apenas dois anos de existência e já conta com grandes clientes, como a empresa serrana Café Caramello e a Semeplast, indústria que produz derivados do plástico. Mas nem sempre é tão fácil conseguir um contrato. “Essa talvez seja a maior dificuldade, porque o mercado é exigente e, às vezes, preconceituoso com uma empresa gerida por pessoas sem diploma” revela o diretor comercial e estudante de Engenharia Civil, Arthur Abid.
Mesmo com algumas barreiras, a oportunidade de colocar em prática o que aprendem em sala de aula é bem aproveitada. A estudante de Engenharia Civil Clarissa dos Santos comemora o fato de lidar com trabalho e resultados reais. “Estou crescendo no aspecto profissional e pessoal, adquirindo habilidades como liderança”, diz.
Exemplo de sucesso
Prestes a se formar em Publicidade e Propaganda na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a moradora de Bairro de Fátima Ana Paula Borges comemora o fato de ter feito parte de uma empresa júnior. Ela foi trainee de marketing na “Ecos Jr.”, quando ainda fazia o 4º período do curso na Ufes. “Na época não tinha nem estagiado. Me serviu de base e quando entrei no estágio, me senti mais preparada. Sei que fará diferença na minha carreira também”, conta.
Quem também comprova a válida experiência de ter uma empresa deste tipo é o gerente da Unidade de Capacitação Empresarial do Sebrae/ES, João Vicente Moreira. Ele afirma que há empresas que prestaram serviço para ele há anos, como empresa júnior e que hoje estão bem no mercado. “É notório o diferencial deles, pois tiveram a oportunidade de ganhar experiência. Não só com conteúdo, mas amadurecimento sobre relacionamento e capacidade de negociação, que é fundamental”, ressalta.
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